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03/12/2011 - 07h09

Hidrelétricas no Peru preocupam índios e ONGs mesmo após atrasos

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DA REUTERS

Grupos indígenas e ONGs do Peru disseram na sexta-feira que vão continuar lutando contra as barragens propostas na Amazônia, apesar dos sinais crescentes de que os projetos serão adiados ou talvez nunca sejam concluídos.

Os ex-presidentes do Peru e Brasil assinaram um acordo bilateral de energia em junho de 2010, com 50 anos de duração, exigindo do Peru a produção de energia hidrelétrica em grande parte para ser exportada ao Brasil.

O texto ainda precisa ser aprovado pelo Congresso do Peru e alguns especialistas em energia dizem que o texto proposto inclui projetos que fazem pouco sentido econômico.

Grupos da sociedade civil se opõem ao acordo porque para gerar essa quantidade de energia seria necessário permitir que as empresas brasileiras construam barragem em rios na selva amazônica do Peru, além de remover grupos indígenas e outros povos.

O primeiro-ministro peruano, Salomón Lerner, deixou claro que as usinas hidrelétricas trariam energia a preços acessíveis para os peruanos nas áreas rurais que carecem de eletricidade.

"Hoje queremos começar um grande projeto hidrelétrico no VRAE que vai dar entre 4.000 e 6.000 empregos", disse ele, referindo-se aos novos planos para uma barragem no Vale do Rio Apurimac-Ene.

O primeiro-ministro não forneceu detalhes sobre o projeto no VRAE, que corre para a bacia amazônica, nem disse se a nova barragem era parte do acordo energético proposto com o Brasil.

VIABILIDADE

O Ministério de Minas e Energia do Peru autorizou empresas a fazerem estudos de viabilidade para cinco projetos dentro do acordo. Mas quatro deles, desde então, não avançaram, com as empresas deixando suas concessões temporárias expirarem ou demorando para avançar com seus planos.

"Mesmo que quatro concessões tenham sido declaradas nulas ou sem validade, isso não significa que não há planos para outras represas", disse Vanesa Cueto, diretora de energia sustentável na ONG peruana DAR.

Pelo menos uma barragem não deve ser construída. A Odebrecht já enviou uma carta ao Ministério de Minas e Energia do Peru em 25 de outubro dizendo que tinha decidido não continuar com o projeto Tambo 40, uma das cinco barragens propostas, "por respeito às populações locais".

Ainda assim, Cueto disse que o Brasil e suas empresas continuarão interessados no longo prazo.

"Ainda há muito interesse na construção de projetos hidrelétricos no Peru por parte de empresas brasileiras", disse ela.

O Brasil recebe 20% de sua eletricidade a partir da enorme usina hidrelétrica de Itaipu, na fronteira com o Paraguai. O governo brasileiro está à procura de novos fornecedores para alimentar a sua economia, após queixas apresentadas pelo Paraguai terem triplicado o preço que se paga pela energia de Itaipu.

Grupos ambientalistas e indígenas peruanos estão preocupados principalmente com a barragem Inambari, de US$ 4 bilhões, que é uma das maiores entre as cinco hidrelétricas propostas e a que tem mais chances de ainda ser construída.

 

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