Ex-diretor da usina de Fukushima tem câncer de esôfago, diz Tepco

O ex-diretor da usina nuclear japonesa Fukushima Daiichi, danificada por terremoto e tsunami no início do ano, está com câncer de esôfago, informou a Tepco (Tokyo Electric Power Company) nesta sexta-feira, ressaltando ser pequena a chance de a doença ter ligação com uma exposição a radiação.

Masao Yoshida, 56, que deixou seu cargo na semana passada, estava trabalhando na usina desde 11 de março deste ano, quando houve o desastre no Japão, onde permaneceu até o fim de novembro, ao ser hospitalizado.

Ele era encarregado de supervisionar as operações de emergência depois do terremoto e tsunami, que desativou os sistemas de resfriamento e provocou o derretimento das barras de combustível nos reatores na usina por conta do superaquecimento. A usina fica 240 km a nordeste de Tóquio.

Uma porta-voz da Tepco, Ai Tanaka, afirmou que o próprio Yoshida contou aos funcionários da usina durante uma visita que estava com câncer. A razão de sua internação não havia sido esclarecida até então.

Segundo ela, a Tepco acredita ser "extramamente improvável que a doença tenha sido causada por exposição a radiação". Citando fontes médicas, Tanaka disse que leva ao menos cinco anos para que um câncer de esôfago seja desenvolvido por conta de radioatividade. O período normal que isso demora é de dez anos, afirmou.

Um abalo de magnitude 8,9 criou um enorme tsunami no Pacífico que devastou o noroeste do Japão e matou mais de 15 mil pessoas. A onda atingiu as usinas de Fukushima, causando vazamento e uma crise nuclear.

Não houve confirmação de nenhuma morte que tenha ocorrido diretamente por causa do acidente nuclear em Fukushima, mas milhares de pessoas foram retiradas de suas casas e grandes áreas ficaram inabitáveis --e devem permanecer assim por décadas.