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Costa do Marfim faz eleições meses após crise que deixou 3 mil mortos
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DA EFE
Cerca de 5,7 milhões de marfinenses foram convocados a participar neste domingo das eleições legislativas, boicotadas pelo principal partido da oposição. O pleito ocorre apenas oito meses após o fim de uma crise eleitoral, que deixou pelo menos 3.000 mortos.
Com exceção da FPI (Frente Patriótica Marfinense) --partido do ex-presidente Laurent Gbagbo, que boicotou as eleições-- 30 grupos políticos apresentaram suas listas de candidatos. Os eleitores deverão escolher 255 parlamentares entre 942 aspirantes.
O FPI vinculou sua participação nas eleições à libertação de Gbagbo, mas há duas semanas ele foi transportado a Haia, onde espera ser julgado por crimes contra a humanidade pelo TPI (Tribunal Penal Internacional). O FPI também tinha pedido a libertação de outros dirigentes, que continuam presos.
Segundo os analistas, o PDCI (Partido Democrático da Costa do Marfim) e o Agrupamento dos Republicanos, liderada pelo presidente do país, Alassane Ouattara, despontam como favoritos e provavelmente repartirão a maior parte das cadeiras.
As eleições são realizadas em um clima tenso, já que há apenas oito meses a Costa do Marfim sofreu uma grande crise política e um conflito após as eleições de 2010, nas quais Gbagbo, presidente do país entre 2000 e 2010, se negou a admitir sua derrota frente a Ouattara e a ceder-lhe o poder.
A tensão foi agravada por incidentes que aconteceram durante a campanha eleitoral e causaram quatro mortos. Para garantir as segurança das votações, o governo desdobrou por todo o território nacional cerca de 25 mil policiais e militares, que serão apoiados por 7.000 oficiais da ONUCI (Operação das Nações Unidas em Costa do Marfim).
Em entrevista coletiva oferecida na sexta-feira, o representante especial das Nações Unidas, Bert Koenders, lançou uma advertência a todos aqueles que tentem perturbar o bom desenvolvimento da jornada eleitoral.
"É crucial que o voto de domingo transcorra em um entorno tranquilo e pacífico, e que os candidatos e eleitores possam ter plena liberdade de movimento", disse.
Um total de 3.000 observadores nacionais e 150 internacionais vigiarão o pleito. Os colégios eleitorais abrirão às 7h e fecharão às 17h no horário local, enquanto espera-se que os resultados sejam publicados na próxima quarta-feira.
Caso não saia um claro ganhador, é previsto um segundo turno que será convocado para a próxima semana.
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