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Violência na Nigéria já deslocou 90 mil pessoas, diz governo
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os violentos confrontos entre islamitas radicais e as forças de segurança na semana passada forçaram o deslocamento de 90 mil pessoas na cidade de Damaturu, nordeste da Nigéria.
"Temos até o momento 90 mildeslocados pela violência em Damaturu", disse Ibrahum Farinloye, coordenador da agência nacional de emergências para o nordeste do país. "Desaconselhamos que sigam para os campos temporários (de refugiados). Muitos estão dormindo em casas de amigos ou parentes".
Os confrontos entre membros do grupo radical Boko Haram e as forças oficiais deixaram quase cem mortos, segundo a polícia e organizações de defesa dos direitos humanos.
Posteriormente, atentados, em sua maioria contra igrejas, atribuídos ao Boko Haram, deixaram pelo menos 40 mortos no domingo de Natal na Nigéria.
O porta-voz da Nema (sigla em inglês para Agência de Gerenciamento de Emergências Nacional, em tradução livre), Yushau Shuaib, e o porta-voz da polícia local, Richard Oguche, afirmaram que a primeira explosão aconteceu na igreja de Saint Theresa, na cidade de Madalla, próxima à capital, Abuja.
Pouco tempo depois, uma segunda explosão foi relatada perto de uma igreja na cidade central de Jos. Mais três novas explosões foram registradas no nordeste da Nigéria: duas na cidade de Damaturu e uma terceira, no sábado à noite, contra uma igreja em Gadaka, segundo testemunhas.
Os ataques do Natal apontam o crescimento da ambição nacional da seita islâmica, que é responsável por mais de 500 mortes em 2011, de acordo com um levantamento feito pela agência de notícias Associated Press.
O Boko Haram, cujo nome significa "a educação não islâmica é um pecado", luta para impor a Lei Islâmica (Sharia) na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e cristã no sul. O grupo, que já admitiu vínculos com a rede terrorista Al Qaeda, assumiu a autoria de vários ataques recentes no norte do país.
Os ataques, que aconteceram alguns dias depois de confrontos entre as forças de segurança e a Boko Haram, que mataram pelo menos 68 pessoas, deram provas de uma coordenação crescente e de estratégia do grupo, o que pode fazer soar o alarme na Nigéria e nas capitais ocidentais.
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