Série de ataques contra xiitas matam mais de 60 no Iraque

Uma série de ataques contra muçulmanos xiitas no Iraque provocou a morte de mais de 60 pessoas nesta quinta-feira. Os atentados ocorreram na capital Bagdá e no sul do país.

O número de mortos, no entanto, pode aumentar. A emissora árabe Al Jazeera, com sede no Qatar, já menciona ao menos 70 mortos. As cifras de vítimas ainda são incertas.

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A maior das explosões aconteceu em Batha, no sul do país. Um homem-bomba atacou um grupo de peregrinos xiitas em um centro de descanso, onde se oferece comida para os viajantes religiosos. Ao menos 36 pessoas morreram e 72 ficaram feridas no ataque, segundo policiais da província de Zi Qar.

	Stringer/Reuters
	Bombeiros apagam chamas de explosão em Bagdá; mais de 60 já morreram em ataques contra xiitas no Iraque

Eles seguiam para o santuário de Karbala para a festividade da Ashura, que marca o fim dos 40 dias de luto pela morte do neto de Maomé, Hussein, uma das comemorações mais importantes para os xiitas.

BAGDÁ

A explosão ocorreu horas depois de outros dois ataques. Em Bagdá, pelo menos 15 pessoas morreram e outras 32 ficaram feridas após a detonação de dois carros bomba no bairro de Kazamiya, ao norte de Bagdá. A região é de maioria xiita.

Já em Cidade Sadr, no nordeste da cidade, mais explosões provocaram a morte de outras dez pessoas e ferimentos em 37.

Após a série de atentados, o porta-voz militar iraquiano, Qassim al Moussawi, afirmou que os ataques têm a intenção de "amotinar a população iraquiana". Ele disse que ainda é cedo para saber quem está por trás das explosões.

TENSÃO

Estes foi o dia mais violentos no Iraque desde 22 de dezembro, quando 63 pessoas morreram em um ataque na capital. O país sofre desde dezembro uma crise política que aumentou a tensão entre xiitas e sunitas.

Os enfrentamentos aumetaram desde que o primeiro-ministro, Nuri al Maliki, um xiita, conseguiu remover dois políticos sunitas do poder, incluindo um vice-presidente. A ação aconteceu logo depois de os Estados Unidos retirarem suas tropas do Iraque.

Este é o momento de crise política mais grave em um ano. Estados Unidos e ONU (Organização das Nações Unidas) pediram calma às diferentes tendências políticas, mas até o momento sem respostas concretas.