Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/01/2012 - 08h03

Farc anunciam disposição de negociar com governo colombiano

Publicidade

DA FRANCE PRESSE, EM BOGOTÁ

A guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) está disposta a dialogar com o presidente Juan Manuel Santos, afirma um comunicado firmado pelo máximo líder da organização, Timoleón 'Timochenko' Jiménez, divulgado na segunda-feira.

Há temas que "nos interessam tratar em uma hipotética mesa de conversações. De cara o país, analisar a questão das privatizações, a desregulamentação, a liberdade absoluta de comércio e investimentos, a depredação ambiental, a democracia de mercado, a doutrina militar", destaca o comunicado das Farc.

O líder da guerrilha mais antiga da América Latina afirma que o conflito armado na Colômbia "não terá solução enquanto não atenderem nossas vozes".

'Timochenko' não fornece detalhes sobre sua proposta, mas pede a "retomada da agenda que ficou pendente em El Caguán", em referência aos últimos diálogos de paz entre as Farc e o governo colombiano, então presidido por Andrés Pastrana, que fracassaram há quase uma década.

Como temas concretos a discutir com o governo, 'Timochenko' denuncia que o Exército incrementou sua atividade na região de El Catatumbo (departamento do Norte de Santander) para expulsar indígenas Barí e oferecer a riqueza mineral e petroleira a grupos multinacionais.

"Trata-se da mesma história que ocorre neste país há décadas. Por séculos, uma casta no poder sempre coloca à frente seus interesses".

'Timochenko', cujo verdadeiro nome é Rodrigo Londoño, foi nomeado líder das Farc em 5 de novembro passado, um dia após a morte de Alfonso Cano em uma operação militar.

O presidente Santos já indicou, em várias ocasiões, que está disposto a iniciar um processo de negociação de paz com as Farc, mas sempre e quando o grupo armado libertar os militares e policiais sequestrados, suspender o recrutamento de menores e deter os atentados.

REFÉNS

Há duas semanas, as Farc anunciaram sua intenção de libertar em breve seis dos 11 policiais e militares que mantêm sequestrados.

Como ministro da Defesa, Santos liderou as principais operações contra os chefes das Farc, incluindo o ataque aéreo que em 2008 matou o então número dois da guerrilha, Raúl Reyes.

Em 2010, já como presidente, Santos ordenou a ação militar que liquidou o número dois das Farc, Jorge Briceño ('Mono Jojoy'), e em 2011 conseguiu abater o líder máximo da guerrilha, Alfonso Cano.

'Timochenko', médico de profissão, veio da ala militar das Farc e é tido como um especialista em inteligência.

Seu perfil contrasta com o de Alfonso Cano, considerado um intelectual e principal ideólogo das Farc, cuja direção herdou em 2008, após a morte natural do fundador do grupo, Manuel Marulanda "Tirofijo".

As Farc, fundadas há quase meio século, tem atualmente entre 8.000 e 9.000 combatentes, segundo o ministério colombiano da Defesa.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página