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Atenas espera credores privados para acertar redução da dívida
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DA EFE, EM ATENAS
O governo grego espera nesta quarta-feira a chegada dos representantes de seus credores privados e deve negociar um acordo sobre uma grande redução da dívida do país, após as conversas terem sido interrompidas na última sexta-feira (13).
Os credores privados serão representados pelo IIF (sigla em inglês para Instituto de Finanças Internacional), cujo diretor-gerente é Charles Dallara, e Jean Lemierre, assessor especial. O instituto tem com sede em Washington e reúne bancos e seguradoras que possuem a maior parte da dívida privada grega.
Em comunicado, o IIF indicou que Dallara e Lemierre "confirmaram que retornarão a Atenas nesta quarta-feira para reassumir as discussões com a cúpula do governo da Grécia".
Segundo a nota oficial, os dois "reiteraram seu compromisso de buscar um acordo sobre uma reestruturação voluntária da dívida da Grécia e pediram a todas as partes que trabalhem para atingir esta meta com urgência".
FALTA DE ACORDO
Na semana passada, Dallara e Lemierre mantiveram várias reuniões em Atenas com o primeiro-ministro, Lucas Papademos, e o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, sem conseguir um acordo.
O entrave das negociações são as taxas de juros dos novos títulos de dívida que substituirão os atuais na troca que, como ressaltou na semana passada o IIF, representa uma redução "sem precedentes" da dívida grega em mãos privadas. Nela, seriam perdoados 100 bilhões de euros.
A imprensa grega indicou que o governo pretende que a taxa seja de 4%, embora estaria disposto a chegar aos 5%, enquanto os credores privados teriam reduzido suas exigências de 8% para 6%.
Outra divergência é a legislação que seria aplicada aos novos títulos, que a Grécia quer seja a sua própria, enquanto o IIF pretende que seja a britânica.
RESGATE
O perdão da dívida é parte essencial do programa de resgate estipulado em outubro com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e a UE (União Europeia), no valor de 130 bilhões de euros.
Alguns meios de comunicação gregos apontaram que vários fundos de alto risco que possuem dívida grega estão se negando a concordar com uma reestruturação da dívida, uma postura que poderia levar o governo a aprovar uma lei obrigando todos os credores a aceitar o perdão.
Tal medida, no entanto, poderia fazer com que as agências de classificação de risco declarassem a Grécia em falência.
A reunião quase coincidirá com a chegada dos chefes da chamada troika, os inspetores do FMI, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, para verificar se a Grécia está cumprindo seus compromissos de redução dos gastos públicos, condição imposta para aplicar o plano de resgate.
Em todo caso, o FMI e a UE querem que o acordo com os bancos seja fechado antes de darem início ao mecanismo de resgate.
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