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Representante da UE diz que palestinos querem negociações
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DA EFE, EM AMÃ
A alta representante da Política Exterior da União Europeia, Catherine Ashton, afirmou nesta quinta feira que os palestinos querem continuar as negociações com Israel, mas exigem o fim das construções de colônias na Cisjordânia.
Depois de se reunir na capital jordaniana com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a enviada europeia explicou que as reivindicações são o fim das colônias israelenses e a conclusão de um acordo sobre a demarcação de terras de um futuro Estado palestino.
As declarações acontecem um dia depois da suspensão das negociações entre palestinos e israelenses, que começaram neste mês na Jordânia. Os encontros estão paralisados por uma semana para que as duas partes avaliem as próximas atitudes.
Ashton disse também que os palestinos pensam o próximo passo nas discussões, mas que antes preferem consultar a Liga Árabe. Ela afirmou que Abbas considera as conversas com Israel um "reavivamento das esperanças" para restabelecer as negociações diretas.
Mais cedo, o premiê isralense Binyamin Netanyahu afirmou, em conversa telefônica com a chanceler alemã Angela Merkel, que está disposto a continuar as negociações com os palestinos. O primeiro-ministro foi questionado sobre a interrupção das negociações de paz entre as duas partes, desde setembro de 2010.
Merkel pediu ao premiê que "ponha todo o empenho para continuar o processo atual", sobre as reuniões bilaterais mediadas pela Jordânia. A chanceler lembrou a visita que Abbas fez à Alemanha, na última quinta (19), em que incentivou a retomada das negociações de paz no Oriente Médio.
FIM DAS NEGOCIAÇÕES
O prazo que os palestinos deram para as negociações com Israel em Amã, com a ajuda da Jordânia, expira na quinta, com esforços de última hora sendo colocados à mesa para evitar um colapso do diálogo, de acordo com o jornal israelense "Ha'aretz".
Segundo fontes diplomáticas associadas ao Quarteto do Oriente Médio --formado por EUA, ONU, UE (União Europeia) e Rússia-- citadas pelo veículo, os esforços que estão sendo realizados ainda não surtiram efeito e as perspectivas de um acordo permanecem baixas.
O representante do primeiro-ministro Benyamin Netanyahu para as negociações, Isaac Molho, se reuniu na quarta-feira na capital jordaniana pela quinta vez com o líder da equipe palestina, Saeb Erekat -- sem que, até o momento, nenhum acordo tenha sido alcançado para permitir que a conversa continue.
Erekat deixou claro que, para os palestinos, as negociações devem terminar, uma vez que Israel não apresentou sua posição sobre a questão das fronteiras para a criação de um Estado palestino.
Após a reunião de quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores jordaniano, Nasser Judeh, disse em uma nota que fez o seu melhor para evitar que as negociações fossem consideradas um fracasso. Segundo ele, os resultados das discussões estão sendo avaliados, e que consultas seriam realizadas com israelenses, palestinos e membros do Quarteto.
Antes da última reunião entre Molho e Erekat, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, se encontrou em Amã com o rei jordaniano Abdullah e disse ao monarca que as negociações com Israel haviam ficado sem resultados.
FRONTEIRAS
Abbas afirmou que Israel havia se recusado a reconhecer as fronteiras de um Estado palestino, mas que, caso houvesse uma mudança em tal posição, não havia nada que impediria o retorno ao diálogo. Israel se defendeu dizendo que queria continuar as conversas.
O líder palestino não fechou a porta ao diálogo. Segundo ele, novas consultas serão feitas sobre o assunto com a Liga Árabe em fevereiro. Uma saída palestina das negociações poderia custar a Abbas o apoio internacional em um momento em que busca o reconhecimento da Palestina como Estado.
As diferenças entre os dois lados são grandes. Abbas, de acordo com o "Ha'aretz", parece acreditar não haver maneira de voltar a negociações formais sem algumas garantias, como a demarcação das linhas antes da guerra de 1967 como base para debater as fronteiras e o fim da construção de assentamentos israelenses.
Netanyahu afirma que todos os assuntos, inclusive tais tipos de reivindicações, devem ser discutidos na mesa de negociação, e insiste que quer alcançar um acordo até o final do ano.
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