Sarkozy anuncia aumento de tributo sobre consumo na França

Atualizado às 20h57.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou neste domingo uma série de medidas para aumentar a competitividade da economia do país e criar empregos.

O tributo geral sobre bens de consumo (TVA) será elevado em 1,6 ponto para compensar a flexibilização de encargos sociais sobre as empresas.

Segundo o presidente, a ideia é transferir o peso da tributação mais para o consumo e reduzir a incidência sobre o custo do trabalho na produção.

A elevação da TVA -- de 19,6% para 21,2% -- permitirá financiar isenções de encargos trabalhistas no valor de 13 bilhões de euros.

Como a nova alíquota passará a valer em 1º de outubro, Sarkozy ainda conta com um efeito de antecipação de compras para dar impulso a economia do país.

Também faz parte da reforma a criação de uma taxa sobre as transações financeiras, de 0,1%, que passa a valer já em agosto. Sarkozy espera que a medida possa servir de exemplo para adoção de propostas semelhantes em mais países.

"Em 10 anos, a França perdeu 500 mil empregos industriais", disse Sarkozy em entrevista em cadeia nacional neste domingo. Segundo ele, os encargos para um salário de 4.000 euros, que na Alemanha são de 840 euros, chegam a ser o dobro na França.

Com as medidas, anunciadas a três meses antes das eleições, Sarkozy pretende conquistar suporte pela sua atitude, com a imagem de um líder capaz de tomar duras decisões para tirar a França da crise. Aumento de impostos são consideradas, em geral, medidas impopulares.

Na entrevista, o presidente afirmou que a Europa não está mais à beira do abismo e previu um deficit público menor do que as atuais estimativas, em 5,3% ou 5,4% do PIB do país. Até agora, a previsão era de 5,7%.

"Os elementos para a estabilidade da situação financeira mundial e da Europa se apresentam", afirmou.