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Otan se reúne para mudar estratégia militar no Afeganistão
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DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os ministros de Defesa dos países membros da Otan, a aliança militar do Ocidente, se reúnem nesta quinta-feira para discutir possíveis mudanças em sua estratégia operacional no Afeganistão, depois de Estados Unidos e França indicarem as tropas estrangeiras devem deixar de combater em 2013.
O secretário de Defesa americano, Leon Panetta, afirmou ontem que as tropas americanas e da Otan devem mudar sua atuação "em meados de 2013" do Afeganistão, mais de dez anos após a ocupação do país.
"Esperamos que no final de 2013 nós seremos capazes de fazer a transição de um papel de combate para uma posição de fornecedor de treinamento, aconselhamento e assistência", disse.
Na sexta-feira passada (31), o presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou que as tropas francesas finalizarão sua retirada no fim do ano que vem, depois de suspender temporariamente suas operações em resposta às mortes de quatro de seus soldados no Afeganistão.
As forças de seguranças afegãos inicialmente assumiriam a responsabilidade de tomar conta do país no fim de 2014, quando a Otan programava encerrar suas atividades militares no local. A aliança havia afirmado que manteria tais planos, traçados em uma cúpula em 2010.
Lucas Jackson/Reuters | ||
Secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, discursa em evento que encerra guerra no Iraque, em dezembro |
Em Bruxelas, os 28 ministros de Defesa da aliança militar se reúnem hoje e amanhã, tendo como principal tema sobre a mesa a retirada antecipada das tropas francesas --e agora, talvez as americanas-- do Afeganistão.
O ministro francês Gérard Longuet deve justificar a posição do país, anunciada pelo presidente Nicolas Sarkozy, que pretende retirar as tropas um ano antes do prazo estabelecido pela Otan.
No total, 130 mil militares estrangeiros, sendo 90 mil americanos, participam atualmente das operações no país. Depois do contingente americano, o Reino Unido tem o maior número de soldados estacionados nesse país (9.500).
RELATÓRIO
A notícia sobre a reunião chega após um relatório da Otan indicar que o Paquistão possuía relações com o o grupo extremista islâmico Taleban afegão. O documento apontou, de acordo com a emissora britânica de TV BBC e o jornal "The Times", que o Taleban é ajudado pelo governo paquistanês, em especial por suas forças de segurança.
O governo do Paquistão rebateu as conclusões do relatório secreto, com o Ministério de Relações Exteriores chamando as acusações de "ridículas". O documento vazado afirma ainda que o Taleban continua forte e possui grande apoio entre o povo afegão.
O relatório foi feito com base em um material colhido durante 27 mil entrevistas e interrogatórios com mais de 4.000 pessoas capturados por envolvimento com o Taleban, a rede terrorista Al Qaeda e outras milícias e organizações terroristas internacionais.
Omar Sobhani/Reuters | ||
Helicópteros da Otan spbrevoam área em que aconteceu ataque a bomba em Cabul, no Afeganistão |
Citado pela agência de notícias Associated Press, um funcionário da aliança disse que os presos apontaram ainda ter confiança de que voltarão ao poder no país, após a coalizão liderada pelos Estados Unidos retirar suas tropas em 2014.
Mesmo com a estratégia da Otan em garantir a segurança do país com as forças afegãs, o relatório levanta suspeitas de que há uma grande colaboração entre insurgentes e o Exército e a polícia do Afeganistão. O documento aponta um aprofundamento do apoio da população ao Taleban, e mostra sua influência crescendo.
O Taleban já recuperou o controle sobre boa parte do território afegão e desfruta do apoio de muitos afegãos revoltados com as mortes de civis provocadas por tropas americanas e ocidentais.
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