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11/02/2012 - 00h33

Irã comemora 33º aniversário da revolução em meio a sanções e ameaças

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DA EFE

O Irã comemora neste sábado o 33º aniversário da Revolução Islâmica, em meio às sanções internacionais e ameaças de ataques militares, que ofuscaram a luta pelo poder que vive o regime, enquanto se aproximam as eleições legislativas de 2 de março.

Desfiles e mensagens políticas marcarão a celebração, como em todos os anos desde que o aiatolá Ruhollah Khomeini liderou, em 11 de fevereiro de 1979, a revolução que derrubou o xá Mohammad Reza Pahlavi. Enquanto isso, o país vive em tensão pelas ameaças de ataques de Israel e Estados Unidos para frear o controverso programa nuclear iraniano.

O regime dos aiatolás assegurou que responderá de maneira arrasadora a qualquer ataque e afirmou que o território de Israel e as bases e navios de guerra dos EUA na região estão ao alcance de seus mísseis, ao mesmo tempo em que nega as acusações de que seu programa nuclear tenha fins militares.

As sanções impostas ao Irã pelos EUA e pela UE ((União Europeia), especialmente a seus setores petrolífero e financeiro, que já provocam prejuízos na economia, criaram uma forte preocupação entre a população e empresários, já que alguns produtos deixaram de chegar ao país e seus preços estão subindo quase que diariamente.

A dificuldade para obter divisas, devido ao bloqueio de transferências bancárias, e os problemas de transporte dificultaram a compra de alguns alimentos, materiais e equipamentos provenientes da Ásia, conforme disseram empresários locais.

Apesar disso, as autoridades iranianas insistem que as sanções não afetam o país, mas sim os estados que as impõem.

O governo e o Parlamento de Teerã ameaçaram a UE com o corte imediato das exportações de petróleo para alguns de seus países-membros, em resposta ao embargo petroleiro ao Irã, aprovado pelos europeus em janeiro e que entrará em vigor dia 1º de julho, caso os iranianos não suspendam seu programa nuclear.

Apesar das ameaças, o Parlamento do Irã ainda não aprovou nenhuma lei para cortar imediatamente o fornecimento de petróleo à Europa, sem dar tempo à UE de buscar novos fornecedores.

Enquanto isso, as eleições legislativas de 2 de março ficaram em segundo plano, apesar de serem essenciais para o futuro do país e a distribuição do poder dentro do regime islâmico.

Dos cerca de 5,3 mil candidatos inscritos até o fechamento do prazo, dia 30 de dezembro, o Conselho dos Guardiões da Revolução, composto por seis analistas religiosos e pelo líder supremo Ali Khamenei, autorizou pouco mais de 3 mil, embora o processo ainda não tenha encerrado definitivamente.

Dentro do setor oficial do regime, os chamados "principalistas", que dizem representar a pureza do sistema islâmico e os fiéis a Khamenei, esperam, embora divididos em várias frentes, dominar o Parlamento, que tem 290 cadeiras - o regime estuda a possibilidade de aumentá-lo para 310.

Estes "principalistas" atacam o presidente Mahmoud Ahmadinejad e chamam seus seguidores de "desviacionistas", por considerar que põem em dúvida a primazia religiosa no país.

Antes de fazer um recesso legislativo até 5 de março, três dias após as eleições, os radicais convocaram Ahmadinejad para responder, na Assembleia Consultiva, sobre supostas irregularidades cometidas por sua Administração, o que poderia levar a uma moção de censura.

Enquanto isso, o presidente iraniano aumentou suas aparições públicas em atos culturais e políticos e em suas visitas a províncias, a fim de ganhar apoio dos candidatos ao novo Parlamento, na qual é prevista uma maioria hostil a seu mandato.

Ambas as facções também expressaram seu desejo de se aproximar dos militares, especialmente do Corpo da Guarda Revolucionária, considerado fiador do regime, que a cada dia vem ganhando poder econômico e influência política.

Os que ficarão praticamente excluídos são os reformistas islâmicos, pois, enquanto os que são membros do Movimento Verde estão presos ou exilados e pediram o boicote às eleições, o resto preferiu não se apresentar.

 

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