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28/02/2012 - 22h58

Grécia e bancos foram muito tolerantes, diz chefe do FMI

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DA EFE, EM WASHINGTON

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou nesta terça-feira que a crise na zona do euro é difícil de ser solucionada porque as autoridades gregas e os bancos da região foram muito tolerantes.

"Durante anos a Grécia não prestou atenção na sua competitividade e foi complacente", disse Lagarde, em entrevista à rádio pública americana NPR, que reprovou também o papel dos bancos.

"As instituições viram a zona do euro como uma zona de risco único e alguns deles pensaram que emprestar dinheiro à Alemanha ou à Grécia era a mesma coisa".

Apesar das críticas, a chefe do FMI declarou que as medidas tomadas para ajudar o governo de Atenas permitirão que o país possa voltar a movimentar a economia sozinho e a situação fiscal seja saneada. Isso será possível se todas as partes cumprirem seu papel, em referência ao governo, à população grega e a outros países europeus.

Para que isso aconteça, Lagarde disse ser necessário que os outros países da zona do euro ajudem a Grécia com financiamento a longo prazo e que o país mantenha os programas de austeridade e as reformas econômicas.

CORTES

Mais cedo, o Parlamento grego aprovou uma nova série de cortes no orçamento, solicitados pelos credores da Grécia em troca de um novo plano de ajuda.

A maioria dos deputados da coalizão, formada pelos socialistas e os partidos conservadores, aprovou a redução de gastos, totalizando € 3,2 bilhões para 2012.

As medidas terão efeito particularmente sobre as aposentadorias dos funcionários públicos --que sofrerão reduções-- nos salários dos dirigentes locais e na fusão de órgãos públicos.

Na sexta-feira (24), o Ministério das Finanças da Grécia fez uma oferta formal de € 107 bilhões para trocar os títulos da dívida com investidores privados e bancos, que chega a € 350 bilhões.

A troca projetada oferece aos credores uma perda de 53,5% sobre o valor nominal dos títulos públicos do país, em troca de papéis com prazos mais longos. A medida terá sucesso se a maioria dos donos de títulos aceitar as condições.

A mudança dos títulos faz parte do acordo com o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) para garantir o resgate de € 130 bilhões, obtido na última segunda (20), que evitou o risco de o país entrar em quebra no mês de março.

REESTRUTURAÇÃO RECORDE

Esta é uma reestruturação recorde na história das finanças mundiais, que supera a suspensão de pagamentos da Argentina em 2002 de uma dívida de US$ 82 bilhões (US$ 73 bilhões da época).

No caso da Grécia, não se trata de uma moratória, e sim de uma arquitetura complicada, baseada no consentimento dos credores.

Uma vez iniciada a operação, a dúvida será o número de credores privados de títulos gregos dispostos a aceitar a redução de 53,5% dos títulos em suas mãos, mas a perda final superará 70% do valor inicial dos mesmos.

Os candidatos voluntários terão até 9 de março para anunciar sua posição e a operação em si deve ser concretizada até 12 de março no caso dos títulos de direito grego e nos dias 5 e 6 de abril para os de direto inglês e japonês, explicou o ministro das Finanças Evangelos Venizelos.

Durante os dias prévios ao anúncio do resultado final sobre a troca de títulos, será assegurada a liquidez, se for necessário, graças à garantia de € 35 bilhões do FEEF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira) prevista pelo acordo da Eurozona, completou Venizelos.

No entanto, advertiu que será um período difícil porque não se exclui que "os mercados especuladores tentem minar" a operação.

 

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