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Obama aceita debater alternativas para atual política antidrogas
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DA FRANCE PRESSE, EM CARTAGENA
O presidente americano, Barack Obama, declarou-se a favor de um debate sobre alternativas para a atual política antidrogas na América Latina. Mas a discussão deve considerar, além do tráfico, a demanda americana e o fluxo de dinheiro e armas em direção ao sul.
"Não podemos ver o tema da oferta sem considerar o tema da demanda dos Estados Unidos" e devemos trabalhar com países como México "não apenas nas drogas que chegam ao norte, mas nas armas e no dinheiro que vão em direção ao sul", disse Obama no encerramento da Cúpula das Américas em Cartagena, neste sábado.
"Pessoalmente, minha posição e a de minha administração é que a legalização não é a resposta. A capacidade de uma grande rede de narcotráfico de dominar alguns países se lhes for permitido operar legalmente seria tão corruptora ou mais que o status quo", considerou.
"No entanto, acredito que é preciso ponderar as evidências, ter um debate", afirmou Obama na presença de mais de 500 empresários da região e dos presidentes da Colômbia e do Brasil.
"Somos conscientes de nossas responsabilidades. Acredito que é valioso ter uma negociação sobre se as leis atuais estão fazendo mais mal do que bem em alguns lugares", disse.
Outros chefes de Estado apoiaram o discurso de Obama. "Chegou o momento simplesmente de analisar se o que estamos fazendo é o melhor, ou se podemos encontrar uma alternativa mais efetiva e menos custosa para a sociedade em geral", disse o presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
Santos agradeceu a ajuda americana no âmbito do Plano Colômbia do combate ao narcotráfico, por cerca de 8 bilhões de dólares nos últimos 10 anos.
"Fomos relativamente bem-sucedidos, conseguimos aprender a brigar contra cada elo da rede do narcotráfico. No entanto, sabemos que nosso sucesso gerou problemas em outros países", disse.
Santos admitiu que o tema de um debate a uma alternativa à guerra contra as drogas tem uma altíssima sensibilidade política e afirmou que, se for feita uma pesquisa, a maioria da população dirá que não.
"Um extremo pode ser colocar todos os consumidores na prisão, em outro extremo a legalização, no meio podem existir políticas mais práticas, descriminalizar o consumo, por exemplo", mas nos concentrando na prevenção e no tráfico, acrescentou Santos, que destacou a necessidade de criar um grupo de especialistas sobre o tema, como deseja a Guatemala.
A Guatemala defende a descriminalização do consumo das drogas e a regulação do mercado. "Esperamos [que os centro-americanos] possam abrir este diálogo de forma conjunta", disse seu presidente, Otto Pérez, em entrevista na sexta-feira.
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