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18/04/2012 - 23h32

Dilma está certa ao cobrar Obama por "tsunami monetário", diz americano

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CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

A presidente Dilma Roussef levantou um "ponto válido" e uma "questão legítima" ao cobrar do colega Barack Obama ações contra o "tsunami monetário" criado pela emissão de moeda nos países ricos, que provoca a valorização do real, disse o ex-secretário da Defesa americano William Cohen.

Para Cohen, os EUA mostram um "padrão duplo" quando criticam a desvalorização da moeda chinesa,o yuan, ao mesmo tempo em que apostam na desvalorização do dólar para combater a crise econômica.

"Para mim é difícil pôr a culpa nos chineses. Quando fazemos perguntas sobre a desvalorização deliberada da moeda deles, enquanto nós temos o relaxamento monetário, eles respondem: 'me diga a diferença, é filosófica ou econômica?'", contou.

O ex-deputado, ex-senador e ex-secretário de 1997 a 2001 (governo Bill Clinton) veio ao Brasil como presidente do Cohen Group, que presta consultoria a empresas interessadas em negócios no exterior e tem escritórios nos EUA, na Índia e na China.

Ele representa 14 clientes que atuam ou querem atuar no país, em setores como energia, defesa, segurança, aviação, arquitetura, agricultura e medicamentos. Executivos do grupo, que vieram com Cohen, afirmaram ver oportunidades nas obras e nos preparativos de segurança para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Eles não quiseram revelar os nomes das companhias que representam.

Leia abaixo a íntegra da entrevista, em que Cohen também falou sobre a relação entre os EUA e a China, afirmando que a potência asiática se beneficia da presença militar americana na Ásia, e das novas negociações sobre o programa nuclear do Irã -- ele teme que o prazo israelense para um acordo seja menor do que o prazo americano.

*

Folha - Como o sr. vê o Brasil hoje, comparado com a época em que era secretário da Defesa?

William Cohen - Vim ao Brasil pela primeira vez em 1997, como secretário da Defesa. O presidente Clinton, na época, tomou a decisão de dizer que nossas relações com a América Latina não eram o que precisavam ser.
Nosso foco sempre tinha sido a União Soviética, e, depois da queda do Muro de Berlim, ele decidiu que deveríamos ter uma política externa mais equilibrada. Comecei a fazer pelo menos duas ou três viagens por ano para a Argentina, o Chile e o Brasil.

Na época, conversei bastante com o presidente [Fernando Henrique] Cardoso sobre o que ele estava tentando fazer, que era estruturar a economia em maior consonância com o livre mercado. Foi um ponto de virada para o Brasil. Quando o presidente Lula veio, todo mundo ficou surpreso, estupefato, porque imaginavam que ele reverteria as iniciativas de Cardoso, mas ele as fortaleceu.

Agora, sua presidente está ainda mais comprometida em construir uma economia forte. Foi impressionante ver em 1997 como vocês estavam tentando assumir o controle do seu Orçamento, algo que nós não conseguimos fazer nos EUA, e ver os resultados disso.

O Brasil emergiu como um país com poder real, não apenas pelas novas descobertas de petróleo e gás, mas como uma potência a ser levada em conta no futuro. Já se escreveu muito sobre a "ascensão do resto", e vocês são parte do resto, dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Foi a transformação mais dramática no período atual.

Para alguns analistas, a relação bilateral entre Brasil e EUA não é tão forte quanto poderia ser. Qual a sua avaliação?

Isso é verdade. A relação pode e deve ser muito mais forte. Houve um desvio de atenção. Enquanto nos anos Clinton estávamos fazendo tentando tornar as relações com o Brasil mais sólidas, depois do 11 de Setembro o foco foi para Afeganistão, Iraque. Agora, o presidente Obama tem uma visão global e entende a necessidade de reforçar a relação com o Brasil.

Ficou evidente que nenhum país sozinho pode desempenhar o papel que tivemos ao longo dos anos, de ser uma fonte não só de projeção de poder, mas de estabilidade ao redor do mundo. É um mundo multipolar, e o Brasil tem razões para ter um grande papel em assuntos mundiais.

Quando a presidente Dilma esteve em Washington, houve queixas de empresas americanas sobre medidas tomadas pelo Brasil, como a exigência de conteúdo nacional mínimo nas indústrias petrolífera, naval. Dilma, por sua vez, reclamou do "tsunami monetário", da inundação de dólares provocada por medidas do Banco Central americano, entre outras. Como analisa essas divergências?

Em qualquer país há problemas de leis e regulação que tornam complexo fazer negócios. O Cohen Group ajuda empresas a navegar por essas especificidades. O Brasil não é único nisso. Algumas de suas regras e regulações inibem o investimento estrangeiro direto.

Levantamos essas questões com as câmaras de comércio, que as discutem com burocratas e diplomatas para ver como se chega a uma acomodação. Isso acontece em todas as relações bilaterais.

A sua presidente levantou um ponto válido em Washington. Para mim é muito difícil ficar colocando a culpa nos chineses. O Cohen Group tem dois escritórios na China, e eu vou lá desde 1978. Fazemos perguntas sobre a desvalorização deliberada da moeda deles, enquanto nós temos o relaxamento monetário, e eles respondem: "Me diga a diferença, é filosófica, é econômica?".

Não podemos ter um padrão duplo, por isso acho que a questão levantada pela presidente é legítima. O relaxamento monetário valoriza a moeda brasileira, o que cria dificuldades para suas exportações. É legítimo levantar essas questões.

Estivemos com Dilma em Washington. Ela falou durante quase uma hora para uma plateia de quase mil pessoas [no seminário "Brasil-EUA: Parceria para o Século 21] e foi muito forte. Num encontro privado com 12 de nós, ela falou especificamente do que chamou de "garantias regulatórias".

Eu tive a chance de perguntar o que ela queria dizer com isso. Ela disse que, se empresas brasileiras competem por um projeto nos EUA, e cumprem todos os padrões e regulações, deve haver uma garantia de que esse é o processo que deve prevalecer, sem que seja modificado para acomodar considerações políticas.

Eu mencionei que servi 24 anos no Congresso e quatro anos no Executivo e disse que ela estava absolutamente certa.

Você não pode ter uma relação estável se, uma vez que você tem uma concorrência e estabelece regras para ela, você permite que elas sejam distorcidas. Sei que a referência é ao caso da Embraer [que venceu uma licitação para o fornecimento de aviões de reconhecimento nos EUA, e a disputa acabou cancelada].

A Força Aérea expressou embaraço sobre o caso, disse que é um problema interno, sem relação com pressões externas, que eles estão correndo para emendar o processo para ter um resultado o mais rápido possível, e que vão agir corretamente.

Tenho confiança de que eles não vão permitir que forças externas tirem a legitimidade do programa. Também falei com o presidente da Embraer, ele expressou frustração com o processo, e acho que estava completamente justificado.

A interpretação aqui é esse caso pode afetar a posição da Boeing na concorrência para os novos caças da Embraer. É uma questão de confiança, não?

É uma questão de respeito recíproco. Se não respeitarmos nosso próprio processo, e permitirmos que ele seja alterado, não podemos esperar que outro país tenha esse compromisso. Isso não favorece nenhum dos dois lados. Se você quer competir de maneira justa no Brasil, tem que garantir que o Brasil tenha tratamento justo em nosso país.

Quais são os campos mais promissores para investimentos no Brasil?

Energia, telecomunicações, aeroespacial, segurança interna, segurança alimentar, defesa, arquitetura, design, medicamentos. Temos 14 clientes com interesses aqui, em vários setores. Temos possibilidades de negócios com empresas brasileiras.

O sr. está otimista de que as novas negociações entre o Irã e as potências do Conselho de Segurança da ONU possam chegar a uma solução para o impasse nuclear iraniano?

Sabendo como os iranianos operam, as negociações não serão fáceis. Será um processo arrastado e eles vão negociar até as entrelinhas de um acordo. Eles conduzem a sua política externa com a mesma sofisticação com que tecem seus tapetes. Os que esperam uma solução rápida estão se iludindo.

Então estou encorajado com o fato de haver negociações, mas não com o momento e os prazos que as cercam. Acho que os israelenses têm um prazo diferente do que talvez seja o prazo americano. Minha preocupação é que, se os israelenses sentirem que nós estamos negociando um resultado que não serve aos interesses de segurança deles, podem ser tentados a adotar uma ação militar.

Na minha opinião, a chave para impedir que isso aconteça está com os chineses. Avalio que os chineses têm a maior influência sobre os iranianos. Mas nem eles nem os russos estiveram até agora dispostos a impor o tipo de sanções que vai mostrar concretamente à liderança iraniana que falam sério.

Quando a liderança iraniana vir que não pode dividir o Conselho de Segurança da ONU, dirá que, apesar de afirmarem ter o direito de desenvolver a capacidade nuclear, escolheram não fazê-lo.

Se isso não acontecer, acho que uma operação militar se torna o cenário mais provável. E as consequências serão imprevisíveis e devastadoras: um aumento do preço do petróleo afetando a economia global; o povo iraniano se unindo em torno de um regime com o qual ele pode ter divergências genuínas; os árabes se unindo em oposição a Israel e aos EUA, que dividirá a culpa mesmo que não participe da ação.

Os iranianos têm dito que podem abrir mão de enriquecer urânio a 20%, mas que manterão a capacidade de enriquecimento. O fato de que Israel tenha estabelecido metas muito ambiciosas criou um problema para o governo americano, não?

Cada parte entra numa negociação enunciando condições rígidas, mas, se as negociações forem bem sucedidas, os dois lados podem ceder. Claro que teremos que ter inspeções substanciais, intrusivas, em locais que não foram nem revelados ainda. Depende do nível de enriquecimento, de qual será a autoridade dos inspetores para entrar em qualquer instalação.

E o Brasil pode ter um papel nessa negociação?

Espero que o Brasil ajude a convencer os iranianos. Para mim, o problema de o Irã ter uma arma nuclear não é que eles possam vir a atacar Israel ou nós, nos Estados Unidos. Os mísseis têm um endereço de devolução e, no momento em que o Irã lançar um, você responde e liquida o país. Isso não está nos planos.

O verdadeiro problema para mim é que, se o Irã cruzar a linha, a Arábia Saudita o fará também, o Egito. E isso em algum momento levará ao desastre, porque alguém vai pôr a mão em materiais nucleares e os explodir na Europa, na América.

É nosso pior pesadelo. Escrevi romance justamente sobre essa questão, quando uma arma terrível como essa é usada, você é pressionado politicamente a fazer alguma coisa, o que pode significar atacar um país que não tem nada a ver com isso.

Nesse sentido, saudamos o Brasil pelo fato de ter decidido voluntariamente desistir de buscar armas nucleares. No final, o poder não vem da mira do canhão, mas de uma economia diversificada, com uma população que acredita no futuro. Essa é a base do poder. A Coreia do Norte tem armas nucleares e não é nenhuma potência.

Quando a China começou a ampliar comércio e investimentos na América Latina, nos EUA houve quem percebesse isso como uma ameaça. As empresas americanas devem temer a competição chinesa na região?

Não. Ninguém deve se sentir ameaçado se o tratamento for igualitário. A China se tornou muito rica em um período muito curto e às vezes pode investir em países que os outros não alcançam. Mas isso é parte do jogo.

Se eles têm dinheiro para investir, os EUA e outros países terão que vir com formas inovadoras de financiamento para competir. Não acho que exista medo da competição chinesa, se as regras foram transparentes e iguais para todos.

Houve mudança nas condições para as empresas americanas atuarem na China, agora que Pequim já não é mais tão dependente de capital estrangeiro?

Está um pouco mais difícil porque o governo chinês também está implementando políticas que tendem a favorecer empresas nacionais, usando dinheiro estatal. Eu estou na direção da Conselho de Negócios EUA-China, estou na direção do Conselho de Negócios EUA-Índia e, através desses conselhos, pedimos transparência e equidade.

Dizemos, se você começa a falar em favorecer a inovação endógena, a pegar grandes recursos e a colocar nessas empresas, não podemos vir e competir. Se quer que fiquemos de fora, é uma escolha, podemos sair.

Cada país que tenta fazer isso está cometendo um erro, se você quiser ter de fato comércio livre e aberto, não pode colocar barreiras e dar prioridade à indústria doméstica. Se você fizer isso, não terá investimento estrangeiro direto.

Nos EUA também existem regras que protegem as empresas americanas, o programa Buy American, a política de compras governamentais.

Temos uma política de compras governamentais complexa, o que é uma das razões pelas quais empresas brasileiras devem buscar contato conosco, para que possamos explicá-la. Nesta viagem representamos 14 empresas que estão fazendo negócios ou têm interesse em fazer negócios aqui.

O sr. é um republicano que foi secretário de um governo democrata. Nos últimos anos, a polarização entre os dois partidos aumentou, e afeta as perspectivas de recuperação da economia. Quais as consequências disso?

O Partido Republicano foi muito para a direita, do meu ponto de vista. Acho que no início o Tea Party estava certo ao falar na necessidade de lidar com o tamanho da nossa dívida, que é de quase US$ 15 trilhões.

Precisamos controlar nossas finanças, algo que vocês fizeram aqui nos últimos três governos. Decidir que você tem que exercer controle fiscal. Se não houver isso, você acabará se tornando um país em declínio. A integridade do seu sistema fiscal e de sua política monetária se torna chave para gerar riqueza, apoiar as várias indústrias e ter uma defesa forte.

Mas os republicanos também têm uma agenda social que eu não apoio. Sou muito mais liberal, moderado em temas sociais. Acontece que eles foram muito para a direita e os democratas, muito para a esquerda. As pessoas no centro, que são a grande maioria, estão desencantadas com os dois partidos.

Há um grupo chamado Americanos Elegem que está tentando driblar o processo partidário e nomear chapas bipartidárias pela internet. Em breve, eles podem estar nas cédulas de votação nos 50 Estados. Isso pode chamar atenção para o poder dos 40% de americanos que estão insatisfeitos com os dois partidos e pedem que eles voltem ao centro.

Sim, queremos responsabilidade fiscal, mas não queremos ir muito para a direita nem para a esquerda. Hoje, a polarização impede que haja consensos e que façamos algo. Estamos estagnando, enquanto o resto do mundo pratica o que pregávamos e deixamos de praticar.

No livro "It used to be Us", Thomas Friedman mostra que as potências ascendentes, os Brics, estão fazendo coisas que nós fazíamos, focar na educação, investir na infraestrutura. Hoje não temos a vontade política de fazer isso. Essa será o verdadeiro desafio em novembro e além de novembro.

O fato de que a nova estratégia militar americana prescreva o foco no Pacífico, na China, não pode tornar de novo menos importante a relação com o Brasil?

Não vejo desse modo. Acho que não articularam a estratégia de uma maneira que reflita a realidade. Quando falam em voltar para a região da Ásia-Pacífico, nós nunca saímos de lá. Temos uma presença significativa na região desde o fim da Segunda Guerra. Nos consideramos uma potência do Pacífico.

O que o governo Obama tem dito é que, ok, não esperamos que a Rússia invada a França, a Alemanha ou qualquer país europeu no futuro próximo, a União Soviética acabou, essa não é mais uma grande preocupação.

Sabemos que temos um problema no Oriente Médio, estamos fora do Iraque agora, esperamos estar fora do Afeganistão em dois anos, vamos manter o foco em grupos terroristas sem uma presença militar substancial.

Estamos agora voltando a pôr o foco na região da Ásia-Pacífico, onde está 50% da população mundial, 50% do tráfego comercial, cinco das nove potências nucleares, cinco dos tratados [militares] que temos.

Os países da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) querem que os EUA se mantenham engajados. Acabei de escrever um estudo com Maurice Greenberg, do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais, sob encomenda do Departamento de Estado, para examinar como podemos fortalecer as nossas relações com a Ásia.

Por quê? Os países asiáticos estão fazendo muitos negócios com a China, e querem fazer ainda mais, mas não querem ser dominados pela China, e eles sabem que nossa presença garante que ninguém dominará totalmente. Vamos manter abertas as rotas marítimas e de comunicação.

Eles também querem ter certeza de que não estamos lá para provocar os chineses, para estão na mesma vizinhança. A China já é uma potência econômica e com certeza será uma potência militar. A questão é como conduzimos nossas políticas na região de modo a enviar o sinal certo para os chineses: olhe, não estamos aqui tentando contê-los, porque não achamos que vocês possam ser contidos.

É possível dizer isso, mas o melhor modo é deixar claro que nenhum país, nem eles nem nós, irá dominar a região, excluindo outros. Sim, teremos uma presença física um pouco maior, 25 mil marines em Darwin, na Austrália. Isso muda o equilíbrio de poder? Acho que não. Teremos mais bases de navios em Cingapura, faremos mais exercícios com alguns países.

Eu sugeri que, toda vez que fizermos um exercício militar, com Filipinas, Tailândia, convidemos os chineses. Eles podem decidir não vir, mas o convite é importante porque estamos tentando encontrar meios de cooperação. É uma área de grandes desastres naturais. Quem corre para levar ajuda? Os militares. Podemos encontrar meios de pôr nossos militares trabalhando juntos, treinando juntos. Desse modo você ajuda a quebrar as barreiras que alimentam as suspeitas.

Acho que nosso papel na Ásia vai continuar, mas tem que continuar de modo que não seja visto como agressivo ou provocativo, mas de promoção da estabilidade. Já fiz muitos discursos na China.

Há dez, 12 anos, publicavam-se ensaios dizendo que era hora de os EUA saírem da Ásia, de os asiáticos cuidarem de si. Falei com os militares chineses e perguntei: vocês querem que a gente saia amanhã? Me disseram que seria a pior coisa que poderia acontecer com a China porque, como resultado de nossa presença, a área tem mantido a estabilidade e a China se beneficiou disso.

Se sairmos amanhã, a geopolítica, como a natureza, detesta o vácuo. Quem vai preencher o vazio? Se a China o fizer, o Japão vai ficar parado? Haveria grande instabilidade.

E os chineses concordam com isso?

Sim. Podem não dizer publicamente. Mas eles foram os principais favorecidos pela estabilidade. Os investidores só põem dinheiro em áreas estáveis. O capital é covarde. Quando há confrontação ou instabilidade, ele sai. O dinheiro está correndo para a região por causa da estabilidade.

O sr. gostaria de acrescentar algo?

Espero que Brasil e EUA consigam construir de fato uma parceria do século 21, porque temos muitos interesses em comum. Também há uma história para superar, temos que ser capazes de reconhecer os desacordos.

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