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Regime sírio liberta 30 detidos envolvidos em conflito com oposição
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DA FRANCE PRESSE, EM DAMASCO
As autoridades sírias libertaram 30 detidos envolvidos na revolta popular contra o regime do ditador Bashar al Assad que não tinham "as mãos manchadas de sangue", anunciou neste sábado a agência oficial Sana.
Já a organização Anistia Internacional está preocupada pelo destino do cardiologista Mahmoud al Rifai, detido no dia 16 de fevereiro por tratar manifestantes feridos, assim como do militante de direitos humanos Mohammed al Amar, que estaria detido desde 19 de março. Todos provavelmente foram torturados.
O plano para pôr fim à crise, defendido pelo emissário internacional Kofi Annan e aceito por Damasco, também prevê um cessar-fogo, oficialmente em vigor desde 12 de abril, e a libertação de detidos pela revolta iniciada em março de 2011. Segundo a Sana, 4 mil prisioneiros já foram libertados desde novembro de 2011.
A agência também informa que um "grupo terrorista armado" causou a explosão neste sábado ao amanhecer de um oleoduto perto de Abu Hamam, na província de Deir Ezzor (leste), provocando um incêndio.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), sediado no Reino Unido, as forças governamentais realizaram neste sábado inspeções e detenções na província de Deraa (sul), onde foram ouvidos tiros.
OBSERVADORES
A missão de observadores da ONU foi neste sábado a Homs, na Síria, uma das cidades mais afetadas pelo conflito entre a oposição e o regime de Bashar al Assad. Com a chegada do grupo, os bombardeios das tropas do governo pararam, de acordo com fontes oficiais e a oposição.
De acordo com a agência de notícias oficial Sana, os monitores da organização estiveram com o governador de Homs, que alertou sobre a escalada de violência provocada por "grupos terroristas que aproveitaram o cessar-fogo", decretado na semana passada.
Segundo o OSDH, não foram registrados bombardeios ou disparos na cidade, diferente de outros dias em que houve ações armadas do Exército sírio.
Os Comitês de Coordenação Local afirmam que o regime sírio destruiu alguns prédios e pontos da cidade antes da chegada dos observadores, que tiveram o acesso negado três vezes "por falta de garantias de segurança".
CONSELHO DE SEGURANÇA
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta sexta-feira para negociar um novo projeto de resolução que reúna diversas propostas para votar, possivelmente no sábado, a autorização de uma missão de 300 observadores à Síria para comprovar o cessar-fogo estipulado entre as partes.
Os 15 membros do Conselho se reuniram na última hora da tarde da sexta-feira para acabar com as diferenças entre Moscou e as potências ocidentais sobre as medidas a serem tomadas se o governo do ditador sírio, Bashar al Assad, não cumprir seus compromissos em relação ao plano de paz do enviado especial, Kofi Annan.
O embaixador russo, Vitaly Churkin, assinalou que se reuniram "após receber muito bons comentários de alguns colegas" a seu projeto e que por isso apresentaram uma versão melhorada e que, após a reunião de hoje, espera que possa ser adotado neste sábado.
"Há alguns problemas que precisam ser solucionados", disse por sua vez o embaixador britânico, Mark Lyall Grant, que falou que o novo texto é "uma fusão" entre o russo e o ocidental.
O novo projeto de resolução, que ainda deve ser apresentado nas próximas horas nas capitais, procura obter o sinal verde dos 15 para autorizar 300 observadores militares desarmados na Síria por um período inicial de três meses.
A diferença básica entre ambos projetos de resolução iniciais se referia à inclusão da ameaça de "maiores medidas" contra Damasco se as autoridades sírias não cumprem o plano de paz de Annan, estipulado pelas partes, mas cujo cumprimento por parte do governo é insatisfatório.
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