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01/06/2012 - 18h45

Líder do Syriza volta a prometer anulação de resgate da Grécia

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DA FRANCE PRESSE, EM ATENAS

O líder da esquerda radical grega Syriza, Alexis Tsipras, afirmou nesta sexta-feira que quer "anular" o memorando que confirma o resgate financeiro da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional) à Grécia, ao apresentar nesta sexta-feira seu programa para as legislativas de 17 de junho.

"O memorando pode ser aplicado ou anulado (...) e nós o anularemos", disse Tsipras que, segundo pesquisas, pode obter a vitória nestas eleições cruciais para o futuro da Grécia na zona do euro.

O resgate impõe medidas de austeridade ao Estado grego, como corte de salários e de Orçamento em áreas como saúde, previdência e educação.

A proposta alternativa do Syriza pretende garantir um "saneamento orçamentário socialmente justo" e uma "participação igualitária da Grécia na zona do euro", acrescentou, em coletiva de imprensa.

Tsipras também afirmou que quer "renegociar" um acordo com a União Europeia e o FMI para manter a Grécia sob assistência financeira, apesar de sua intenção de anular o memorando.

ADVERTÊNCIAS

Nas últimas semanas, os credores advertiram sobre uma possível rejeição em assumir os compromissos, definidos pela coalizão entre socialistas e conservadores, e ameaçaram cortar fundos do país e a saída da zona do euro.

Aos 37 anos, Tsipras se tornou uma as principais figuras da política grega e rejeitou este "pseudo dilema" sobre a presença da Grécia na moeda única. Em troca, considera que a política de rigor aplicada é o "piloto automático que conduz à catástrofe" do país, e pode fazê-lo retornar ao dracma, a antiga moeda nacional.

O chefe de Syriza afirmou que seu partido, em caso de vitória, "buscará renegociar a dívida para reduzi-la drasticamente" ou tentará "obter uma moratória da dívida e um congelamento dos pagamentos até a estabilização ou a recuperação da economia".

O líder esquerdista ainda defendeu o imposto sobre grandes fortunas, o controle público do Orçamento e o congelamento imediato de reduções de salários e pensões, além da anulação das dívidas das famílias.

ASCENSÃO

O Syriza quadruplicou seu resultado de 2009 e se impôs como segunda força política do país, tendo como bandeira a rejeição da austeridade, nas eleições de 6 de maio, que não permitiram a formação de um governo.

O partido conservador Nova Democracia (ND) e o Syriza têm intenções de voto muito próximas nas últimas pesquisas, com publicação autorizada na Grécia antes das legislativas de 17 de junho, mas nenhum parecia ter possibilidades de alcançar a maioria absoluta.

Três destas pesquisas publicadas nesta sexta-feira colocavam a ND em primeiro lugar, mas com pouca diferença, enquanto a quarta mostrava uma vantagem de 6% para Syriza, o partido que registra o maior crescimento em uma semana.

De qualquer forma, o vencedor se veria, sem dúvida, obrigado a estabelecer alianças governamentais para poder aspirar a uma maioria absoluta no Parlamento, de 300 cadeiras.

 

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