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UE considera recapitalizar bancos via fundo de resgate
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DA FRANCE PRESSE, EM BRUXELAS
A UE (União Europeia) está considerando "seriamente" o uso do fundo de resgate europeu permanente para recapitalizar diretamente aos bancos ameaçados, sem ter que passar pelos Estados, em um momento no qual crescem os temores de que a Espanha precisará de um resgate, seguindo os passos de Portugal, Irlanda e Grécia.
"O objetivo é romper o laço entre a soberania dos Estados e os bancos", explicou. "Contudo, a possibilidade de utilização do MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade) diretamente pelos bancos não está contemplada nos tratados", recordou Rehn em Bruxelas em uma coletiva de imprensa junto ao ministro de Finanças e Economia francês, Pierre Moscovici.
As declarações de Rehn são uma boa notícia para a Espanha, quarta economia da união monetária, principalmente no início de uma semana considerada "crucial" para o futuro deste país, na qual o governo conservador de Mariano Rajoy deverá fazer todo o possível para evitar o estigma de ser um país resgatado, e o que é pior, sob um programa de supervisão internacional.
A Bolsa de Madri celebrou a notícia subindo 174,5 pontos (+2,88%) e fechando aos 6.239,5 pontos.
O atual esquema de uso do fundo de resgate, no entanto, exige que o governo solicite ao Eurogrupo o empréstimo. Para obtê-lo, o país deve submeter-se a uma avaliação por parte da CE e do BCE (Banco Central Europeu), além de aceitar uma supervisão financeira.
"É importante considerar a possibilidade de uma recapitalização bancária direta em um momento em que avançamos sobre as possíveis vias para criar uma união bancária", disse Rehn.
"A necessidade de recapitalização direta dos bancos através do MEE é um tema chave e esperamos que esteja na agenda da reunião europeia de 28 e 29" de junho, disse por sua vez Moscovici.
A capacidade da Espanha para enfrentar sem ajuda seus compromissos financeiros provoca dúvidas nos mercados, em um momento em que o país precisa apoiar seu setor bancário e suas debilitadas regiões.
O anúncio do resgate público do Bankia, estimado em € 23,5 bilhões, desencadeou o pânico na semana passada e a taxa de risco espanhol, que mede a confiança na solvência de um país, pulverizou todos os recordes, superando os 540 pontos.
ELEIÇÕES GREGAS
A Espanha, assim como seus sócios da zona do euro, aguarda com ansiedade as eleições legislativas na Grécia em 17 de junho, após o fracasso das eleições nesse país em 6 de maio, que não foram capazes de gerar um governo de coalizão.
Nesse contexto, Madri tem tido dificuldade para captar fundos unicamente através da emissão da dívida.
A segunda rodada eleitoral, no entanto, também não tem gerado perspectivas de êxito, o que faz com que aumentem as apostas de saída desse país do euro.
O governo alemão, por sua vez, nega que esteja pressionando a Espanha para que peça ajuda. Berlim estima que Madri precisa de um socorro financeiro entre 50 e 90 bilhões de euros.
"O governo espanhol não precisa de nossos conselhos, pois conhece os instrumentos (de ajuda)", disse Steffen Seibert, porta-voz da chanceler Angela Merkel, em uma coletiva de imprensa.
Segundo o jornal Spiegel, em sua edição de segunda-feira, a chanceler alemã quere que a Espanha recorra ao FEEF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira).
Moscovici, no entanto, já deixou claro: é a Espanha que deve decidir. "Compreendo completamente que um país como a Espanha, que é um grande país, não tenha interesse em que outros se intrometam em suas questões", disse no domingo em um debate televisivo.
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