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Presidente da Colômbia critica Uruguai por tentar legalizar maconha
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DENISE MENCHEN
DO RIO
SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, criticou o projeto de lei apresentado anteontem pelo governo do Uruguai para a venda estatal da maconha.
Na Rio+20, ele disse que a adoção da medida pode "criar distorções e ampliar o problema" do tráfico de drogas. A Colômbia há décadas combate grupos de traficantes, inclusive guerrilheiros.
Santos afirmou que na última reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) decidiu-se que um grupo de especialistas estudaria possíveis soluções para o problema das drogas, que poderiam ir desde o aumento da repressão até a liberação do consumo.
Para o colombiano, as decisões têm de ser tomadas em conjunto pelos países da região para que tenham resultados positivos.
O projeto prevê a estatização do comércio da maconha. O Estado fica responsável por criar redes de distribuição, com registro de consumidores, e por certificar a qualidade da droga.
Entre os itens do projeto estão o registro de consumidores frequentes (que devem ser residentes no país, e não turistas) e a cobrança de imposto na venda dos cigarros por parte do governo.
O dinheiro arrecadado com o comércio será usado em programas de reabilitação. Haverá limite de venda de 40 cigarros por mês. Se o usuário ultrapassar esse limite, será submetido a reabilitação.
Em resposta às críticas ao projeto, o ministro da Defesa uruguaio, Eleutério Fernández Huidobro, disse que as medidas visam combater o narcotráfico e ressaltou que haverá controle rigoroso no comércio da droga.
Huidobro lembrou a campanha realizada pelo ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso por meio do filme "Quebrando o Tabu" (2011) e fez referência também à guerra contra as drogas mexicana, essencialmente militar, que já fez 50 mil mortos desde 2006.
"Não queremos que o Uruguai transite pelo caminho que conduziu a realidades que hoje vemos em favelas brasileiras, na Colômbia, na Guatemala, em Honduras e no Equador", disse.
À Folha o deputado Sebastián Sabini, da Frente Ampla (sigla do presidente José Mujica), autor do projeto, disse que a lei representa uma vitória dos direitos do cidadão.
"Vamos atacar o narcotráfico e o mercado negro. É uma política parecida com a que desenvolvemos com relação ao tabaco", disse.
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