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Diante da violência, mais sírios têm buscado o Brasil
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ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO
A escalada de violência na Síria fez a procura por vistos para o Brasil praticamente dobrar na embaixada do país em Damasco no primeiro semestre deste ano.
Segundo o Itamaraty, até a metade de julho, 395 vistos foram concedidos a sírios. O número representa quase 90% das 448 autorizações dadas em todo o ano de 2011.
A grande maioria dos pedidos vem de pessoas que já têm familiares ou amigos no Brasil, onde a população de descendentes de sírios é estimada entre 4 milhões e 5 milhões.
Apu Gomes/Folhapress | ||
Manifestantes protestam contra Assad em SP; ato reuniu 30 pessoas, entre sírios, libaneses e sindicalistas |
"O movimento no setor consular da embaixada tem sido o dobro do normal", afirma o embaixador brasileiro em Damasco, Edgard Casciano. Os funcionários também têm acelerado a atualização dos passaportes de brasileiros que vivem no país.
Segundo ele, a grande maioria dos pedidos tem sido aceita, e os documentos ficam prontos em até uma semana. Com o visto de turista, o mais comum, é possível ficar legalmente no Brasil por até três meses.
A dificuldade maior é na hora de deixar o país. Como a maioria dos voos foi suspensa, só uma companhia aérea oferece um trajeto para o Brasil com apenas uma escala, em Dubai. "A rota que as pessoas mais têm feito é por Beirute, seguindo até lá pela estrada", afirma Casciano.
MEDO
O sírio Moukhles Al Bnnoud, 60, que há 30 anos saiu da Síria após o massacre em Hama, vê agora o desespero de tios e primos para deixar o país.
"Eles já me disseram que, quando tiverem chance, vão sair de lá. Há muita fome e medo na Síria", diz Al Bnnoud, que participou de um protesto que reuniu aproximadamente 30 pessoas em frente ao consulado sírio em São Paulo na quinta.
Ele, porém, se diz confiante após o ataque que matou três funcionários do alto escalão, na quarta. "Estamos muito perto. Agora que a oposição chegou à capital, é questão de alguns dias para esse regime cair. O povo está com a revolução."
Para o sírio Ehab Al Dairi, 44, o ataque contra o regime é uma "vitória" da oposição. "Os oficiais que morreram foram os responsáveis por milhares de mortes de inocentes nos últimos 16 meses
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