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Jihadistas estrangeiros combatem na Síria contra Assad
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DA FRANCE PRESSE
No norte da Síria, forças rebeldes acompanham a chegada de pequenos grupos estrangeiros de jihadistas sunitas que chegam para combater um inimigo em comum: o regime do presidente Bashar Assad.
Se o adversário é o mesmo, a motivação é diferente. Os sírios dizem derramar seu sangue para derrubar o regime despótico, enquanto os estrangeiros querem tirar os alauitas do poder, considerados apóstatas.
Em Bab al-Hawa, posto na fronteira com a Turquia conquistado na semana passada pelo Exército Sírio Livre (ESL), e composto majoritariamente por desertores, a France Presse constatou dezenas de combatentes que afirmam ser de países árabes ou muçulmanos.
Bulent Kilic/France Presse | ||
Famílias deixam o centro da cidade de Aleppo, na Síria, depois que forças do governo atacaram rebeldes |
São cidadãos da Argélia, Marrocos, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Líbia e Tunísia. Outros afirmam que vieram de mais longe ainda, da Somália ou Tchetchênia.
Desde o início da revolta, há 16 meses, o regime sírio acusa os rebeldes de acolherem combatentes da Al-Qaeda e diz que a contestação não passa de um complô estrangeiro.
É difícil saber o número exato de estrangeiros ou de jihadistas em território sírio, mas é certo que os rebeldes não querem reconhecer o papel dos combatentes islâmicos na batalha.
Na província central de Hama, um homem que diz comandar 1.200 rebeldes declara sem rodeios: "Não deixaremos nunca a Al-Qaeda colocar os pés aqui. A revolução pertence aos sírios".
CHAMADO À JIHAD
Mas as evidências mostram o contrário e muitos sites convocam os islamitas a se juntarem à revolta. Um deles, que se autodenomina Rede da Jihad Mundial, postou em junho um apelo da Bandeira Iraquiana da Lei e da Jihad incitando voluntários a aderir à jihad na Síria.
Já no site Honein, Abu Bakr al-Husseini, que se descreve como Emir do Estado Islâmico do Iraque (ISI), um ramo da al-Qaeda, segue o exemplo: "Não podemos esquecer que devemos estar ao lado dos irmãos de nossa Síria amada", disse, acrescentando que o ISI não reconhece "fronteiras artificiais".
O grupo libanês Fatah al-Islam, também ligado à Al-Qaeda, assumiu a responsabilidade de um ataque contra um veículo militar na província de Aleppo, perto da cidade de Azaz.
"Trinta soldados alauitas foram mortos na campanha de Aleppo", afirmou um comunicado à imprensa datado de 18 de junho. O texto descreve os alauitas, comunidade à qual pertence Bashar al-Assad, como "xiitas hereges".
Em abril, o líder desta organização, Abdel Ghani Jawhar, procurado por todo o Líbano pelo assassinato em 2007 de 14 soldados libaneses em Trípoli, foi morto na Síria.
Em um fórum, uma declaração de um grupo chamado Ansar al-Sham garante: "O mundo deve saber que a Síria começou a atrair jovens árabes prontos para se juntar aos revolucionários e combatentes".
O comunicado acrescenta que "ninguém tem o direito de criticar o fato de que a Síria tornou-se um caminho para a jihad internacional".
O comunicado de Ansar al-Sham realmente ameaça efetuar ataques fora da Síria: "Eles têm o direito de atacar todos que, direta ou indiretamente, apoiam a quadrilha no poder na Síria".
De acordo com o site jihadista Honein, "centenas de heróis líbios" lutam contra os "noussairis", um termo depreciativo para designar os alauitas.
Ele exibe uma imagem de um homem em uniforme militar e uma fotografia de dois manifestantes segurando um cartaz escrito: "Brigada Revolucionária de Trípoli".
Na fronteira com a Turquia, em um vilarejo próximo de Aleppo, outro grupo de islamitas estrangeiros, de 60 a 80 homens, alojou-se no que antes era um prédio administrativo. A France Presse notou que lá havia turcos, ucranianos, dois tchetchenos e um paquistanês.
Bem organizados, esses combatentes treinam corrida e tiro em um campo de futebol.
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