Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
31/07/2012 - 10h40

Anistia Internacional condena apedrejamento de casal no Mali

Publicidade

DA EFE, EM BAMACO

A Anistia Internacional condenou nesta terça-feira a morte de um casal no Mali, apedrejado por membros do grupo radical islâmico Ansar al Din no último domingo. Os dois foram condenados à morte pela seita porque moravam juntos sem estarem casados.

Em comunicado divulgado hoje em Londres, o subdiretor da AI na África, Paule Rigaud, assinala que este ato é "outro abuso dos direitos humanos cometido pelos combatentes que controlam o norte de Mali e também ilustra o clima de medo que os grupos armados opositores criaram dentro das áreas que controlam".

A ONG, com sede em Londres, afirma ter documentado inúmeros abusos realizados por grupos armados no norte de Mali, a maioria para forçar as pessoas a mudarem seu comportamento de acordo com sua própria interpretação fundamentalista do Islã.

"A imposição desta nova atitude é acompanhada da intimidação e da violência física", denunciou a AI.

Em uma das últimas tentativas de mediação com este grupo radical, o presidente do Conselho Supremo Islâmico de Mali, Muhamud Dicko, seguiu a Timbuctu neste fim de semana para se reunir com o líder máximo do Ansar al Din, Iyad Ag Ali.

APEDREJAMENTO

O grupo radical islâmico Ansar al Din, que desde junho controla o norte de Mali, ordenou o apedrejamento de um casal no último domingo porque os dois moravam juntos sem estarem casados, o que é considerado adultério nos preceitos do islamismo.

Segundo fontes locais, o casal foi morto pelos militantes em um evento que foi acompanhado por 200 pessoas. A morte segue a aplicação da "sharia", a lei islâmica, escrita no século 7.

O casal foi apedrejado até a morte e, posteriormente, enterrado em um buraco, enquanto o Tribunal Penal Internacional investiga um possível massacre cometido pelos rebeldes tuaregues na mesma região, em Aguelok.

De acordo com Yéyia Tadin, um refugiado desta cidade setentrional controlada pelo Assar al Din, "Mali é um país amputado, minado pelos traficantes e pelos terroristas religiosos".

"Em Timbuctu, Gao e Kidal [as três regiões cujo controle foge das mãos das autoridades] não se pode jogar futebol e nem ver televisão. Eles acabaram com todos os lugares de entretenimento", denunciou Tadin à agência de notícias Efe.

Nesta região do norte, o Ansar al Din já tinham castigado o adultério e a ingestão de bebidas alcoólicas com chicotadas, mas nunca tinham matado pessoas sob essas acusações.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página