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18/08/2012 - 05h30

A agenda doméstica de Correa está por trás do asilo de Assange

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RENARD SEXTON
DO "GUARDIAN", EM LONDRES

Até agora, a maior parte da cobertura sobre a concessão de asilo a Julian Assange pelo Equador tem se focado nas implicações legais e diplomáticas do caso. Na verdade, a política doméstica equatoriana teve um papel vital no processo de tomada de decisão do governo Rafael Correa.

O contexto do caso Assange é a próxima eleição presidencial no Equador, em fevereiro de 2013. Correa, eleito pela primeira vez em 2007, buscará seu segundo mandato sob a Constituição de 2008.

Pesquisas mostram o presidente com ampla folga ante seus potenciais oponentes. O instituto CMS mostrou em março Correa com 49% das intenções de voto, mais que 40 pontos à frente dos oponentes, que obtiveram entre 1% e 9%. No entanto, 30% dos pesquisados disseram ainda não ter escolhido que candidato apoiar.

Uma pesquisa mais recente mostrou o surgimento de Guillermo Lasso como o mais forte adversário, com 17% das intenções de voto. Observadores políticos, incluindo nomes da campanha de Correa, pensam que Lasso é quem tem mais chance de forçar uma ida ao segundo turno. Ex-dono de um grande banco, o Banco de Guaiaquil, e conselheiro econômico do ex-presidente Lucio Gutiérrez, Lasso começou a campanha praticamente desconhecido em março. Graças a uma agressiva campanha na TV e na mídia impressa, focada principalmente em temas domésticos, ele começou a encurtar a distância de Correa.

Isso nos traz de volta para o caso Assange. Cada dia que o asilo domina a agenda doméstica é um a menos para que Lasso se apresente ao eleitorado equatoriano. Nesse tema, é difícil que o ex-banqueiro critique Correa sem parecer antipatriótico.

Por essa razão, quanto mais longo e dramático se torna o caso Assange e mais longa é disputa diplomática entre Equador, Reino Unido e Suécia, mais a campanha eleitoral equatoriana vai se dar em torno da política externa. Com muito menos riscos que benefícios eleitorais, o confronto é claramente um trunfo político para Correa.

 

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