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PC chinês fez julgamento de aparências no caso de Gu Kailai
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PAUL MOONEY
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM PEQUIM
Com a sentença de morte suspensa imposta a Gu Kailai, o Partido Comunista chinês agora voltará sua atenção a seu marido, Bo Xilai.
Bo, filho de Bo Yibo, um dos fundadores da República Popular da China, conta com significativo apoio na ala maoista, uma facção de esquerda do PC, o que faz do caso um incômodo para a precavida liderança do partido.
Acredita-se que Bo tenha causado irritação entre seus colegas de partido como resultado de sua ambiciosa campanha de combate a supostos membros do crime organizado.
O julgamento foi complicado para o Partido Comunista, que tinha de criar a impressão de que justiça estava sendo feita sem ao mesmo tempo despertar a raiva dos muitos simpatizantes de Bo ou simpatia por Gu, filha de um general do Exército.
Como resultado, o julgamento foi uma farsa cujo objetivo era o de preservar as aparências.
Como afirma Donald Clarke, professor de Direito na Universidade George Washington, em comentário para o CNN Opinion, o veredicto foi decidido em Pequim antes que o tribunal abrisse as portas.
Isso faz do julgamento uma espécie de "espetáculo teatral no campo Judiciário, mas sem elementos de drama".
Clarke argumenta que a liderança da China depois de Mao Tsé-Tung (1893-1976) estabeleceu uma forte tradição de não matar aqueles que saem derrotados de disputas políticas, e é improvável que Bo se prove uma exceção.
O destino de Bo continua incerto. As autoridades chinesas anunciaram em abril que ele havia perdido seus cargos no partido por "severas violações de disciplina".
Acredita-se que esteja sendo investigado pela Comissão Central de Disciplina, que decidirá se será ou não alvo de acusações criminais.
Os especialistas apontaram que o nome de Bo não foi mencionado no julgamento de sua mulher.
Isso significa que é improvável que Bo seja implicado no homicídio, ainda que seja evidente que ele tinha de estar ciente do acontecido, mesmo que sem envolvimento próximo.
Isso não significa, porém, que o dirigente não enfrentará outras acusações criminais mais tarde.
Os especialistas afirmam que o partido está ansioso para resolver a questão antes de seu congresso nacional, que ocorre dentro de algumas semanas, mas acredita-se que líderes importantes estejam encontrando problemas para chegar a um consenso quanto ao que fazer com Bo.
Ele continua a contar com muito apoio popular em Chongqing, cidade onde era o principal líder político.
PAUL MOONEY é jornalista especializado em China
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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