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22/08/2012 - 05h30

Do ponto de vista demográfico, Brasil está em momento-chave

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LUIZ CESAR DE QUEIROZ RIBEIRO
ÉRICA TAVARES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Estamos num momento-chave para solucionar boa parte dos problemas urbanos no Brasil. Pelo menos do ponto de vista demográfico. A visão da explosão populacional difundida durante muito tempo não se sustenta mais.

O país já experimenta baixos ritmos de crescimento populacional (em torno de 1,17% ao ano de 2000 a 2010), assim como em várias regiões da América Latina. Evidência é o declínio da fecundidade (2,4 em 2000; 1,86 em 2010).

Veja o relatório completo no site da ONU

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Moradia é maior desafio da América Latina, diz ONU

Na fase atual da dinâmica demográfica --após a superação do boom de crianças e jovens -- há um aumento da população em idade de trabalhar, que remete à concepção do bônus demográfico.

É um momento especial em que o maior peso da população adulta permite maior condição de gerar renda e riqueza. Mas esse bônus está sendo aproveitado?

Boa notícia. Na década passada, a população ocupada nas metrópoles cresceu em um ritmo até maior que a população em idade ativa.

Boa parte está conseguindo se inserir no mercado de trabalho. Claro que ainda é preciso discutir a qualidade dessa inserção ocupacional. Mas isso é outro assunto.

Diante da diminuição da pressão demográfica, torna-se cada vez mais importante avaliar o significado dos movimentos populacionais na reconfiguração do urbano e nas condições sociais que essa população experimenta.

Se antes a dinâmica da população expressava a busca por estar na cidade --evidente, sobretudo, pela migração rural-urbana--, atualmente a mobilidade da população expressa a busca pela apropriação da cidade, por conquistar efetivamente as oportunidades nesse espaço.

É nesse sentido que podemos falar que os problemas urbanos não mais decorrem do excessivo populacional. Do ponto de vista demográfico, o momento é auspicioso. É preciso agora reformar as nossas cidades, tornando-as promotoras do bem-estar.

LUIZ CESAR DE QUEIROZ RIBEIRO e ÉRICA TAVARES são especialistas do Observatório das Metrópoles (Ippur/UFRJ)

 

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