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Merkel descarta discutir extensão de prazo para cortes na Grécia
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, descartou nesta quarta-feira que a reunião que terá com o primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, seja definitiva para resolver as pendências sobre o resgate financeiro a Atenas. Os dois se encontrarão na próxima sexta (24), em Berlim.
Em entrevista ao jornal alemão "Bild", publicada nesta quarta, o chefe de governo grego disse que proporia a extensão do prazo para os cortes de € 11,5 bilhões pedidos pelo Banco Central Europeu e o FMI (Fundo Monetário Internacional) nas reuniões com Merkel e o presidente da França, François Hollande.
"Não teremos uma solução na sexta. Esperaremos o informe da troika [grupo formado pelos credores da Grécia] para decidir o tema. Vou à reunião na esperança de que Alemanha, França e todos os demais cumpra com suas obrigações", disse a chefe de governo alemã, em visita à Moldova.
A Alemanha se manifestou diversas vezes contrária à revisão do cronograma de austeridade pedido à Grécia, em que o país é obrigado a fazer todos os cortes no Orçamento até o fim de 2014. O governo grego pede que o prazo seja estendido até 2016.
Os cortes ajudarão Atenas a diminuir a dívida pública, que está na casa dos 180% do PIB neste ano, para 120% em 2020.
ENTREVISTA
Em entrevista ao jornal alemão "Bild", Antonis Samaras disse que o pedido de prorrogação seria feito nesta quarta, quando o presidente do chamado Eurogrupo, Jean-Claude Juncker visitará Atenas.
"A única coisa que queremos é um pouco de tempo para respirar, para recolocar a economia nos trilhos e aumentar a renda do Estado".
"Que fique claro: não estamos querendo mais dinheiro, nos concentramos em nossos compromissos e em cumprimr nossos objetivos, mas é preciso retomar o crescimento porque isto permite reduzir os déficits", disse Samaras.
Após recordar os esforços realizados pela Grécia e a difícil situação que deve enfrentar, o chefe de governo grego afirmou que "está fazendo tudo para manter o país flutuando enquanto implementamos as reformas". "Se deixarmos a Grécia cair agora aumentará a incerteza para os outros países e sua vulnerabilidade".
Samaras considera que a saída da Grécia da zona do euro seria "uma catástrofe" e "significaria ao menos mais cinco anos de recessão e desemprego acima de 40%".
Segundo o primeiro-ministro, seria "um pesadelo para a Grécia: um desastre econômico, distúrbios sociais e uma crise inédita para a democracia".
"O nível de vida grego caiu 35% nos últimos três anos. Uma volta ao dracma significaria uma queda maior, de pelo menos 70%. Que sociedade, que democracia consegue sobreviver a isto?"
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