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22/08/2012 - 17h06

Equador vê contradição em postura britânica em casos Assange e Pinochet

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DA EFE, EM QUITO

O presidente do Equador, Rafael Correa, criticou nesta quarta o posicionamento do Reino Unido de querer a extradição do criador do WikiLeaks, Julian Assange, sendo que há pouco tempo atrás, em 2000, o mesmo país se negou a extraditar o ex-ditador Augusto Pinochet para a Espanha. Para Correa, o governo britânico é contraditório e possui um "duplo padrão".

"Enquanto a extradição de um criminoso do nível de Augusto Pinochet foi negada por motivos humanitários, o Reino Unido diz que têm a obrigação de extraditar Julian Assange à Suécia", disse Correa em um encontro com a imprensa estrangeira.

José Jácome/Efe
O presidente do Equador, Rafael Correia, comparou a posição do Reino Unido para as extradições de Assange e Pinochet
O presidente do Equador, Rafael Correia, comparou a posição do Reino Unido no caso Assange e Pinochet

Correa lamentou que nem o Reino Unido, nem a Suécia tenham assegurado que o fundador do WikiLeaks não será extraditado "para um terceiro país", ou seja, " os Estados Unidos, onde não há garantias de um processo justo e onde existe pena de morte e prisão perpétua por crimes políticos".

Assange irritou o governo americano após publicar em seu site documentos diplomáticos secretos do país.

CONTRADIÇÃO

"Então, com todo o respeito ao Reino Unido, sim, acho que existe uma clara contradição e um claro duplo padrão", declarou o chefe de Estado, ao apontar que não conhece em detalhes o direito inglês e que em temas de concessão de extradições a decisão final seja do governante.

Mick Tsikas 17.ago.12/Efe
Manifestante com máscaras do coletivo hacker Anonymous segura cartaz que diz: "Augusto Pinochet: 3.000 pessoas assassinadas e torturadas, 200.000 pessoas exiladas, vendeu 370 toneladas de armas violando o embargo da ONU. Não é extraditado e é posto em liberdade pelo Reino Unido. Julian Assange: Jornalista, sem acusação, com asilo político. Reino Unido: entregue-ou invadiremos a embaixada. Não faz sentido".
Manifestante com máscaras do coletivo hacker Anonymous segura cartaz que diz: "Augusto Pinochet: 3.000 pessoas assassinadas e torturadas, 200.000 pessoas exiladas, vendeu 370 toneladas de armas violando o embargo da ONU. Não é extraditado e é posto em liberdade pelo Reino Unido. Julian Assange: Jornalista, sem acusação, com asilo político. Reino Unido: entregue-o ou invadiremos a embaixada. Não faz sentido".

Atualmente na equipe de defesa de Assange, foi Baltasar Garzón, então juiz na Espanha, que ditou em 1998 o processo do ex-ditador chileno Pinochet, que por esse motivo foi detido em Londres e requerido em extradição pela Espanha por crimes de lesa-humanidade.

Em março de 2000, o governo britânico negou a extradição de Pinochet e lhe concedeu a liberdade.

ASSANGE

O fundador do WikiLeaks, que se refugiou na Embaixada do Equador em Londres em 19 de junho, recebeu asilo diplomático de Correa na quinta-feira passada. Porém, ele não pode sair da embaixada por não ter um salvo-conduto do Reino Unido, que insiste em extraditá-lo para a Suécia.

Na Suécia, Assange, responsável pela divulgação de milhares de documentos secretos, especialmente dos Estados Unidos, é requerido pela justiça para dar depoimentos sobre supostos abusos sexuais, que ele nega ter cometido.

 

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