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Contra crítica, presidente colombiano diz que foi duro com Farc
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Na terça, um dia depois de anunciar o início de conversas de paz com as guerrilhas no país, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, deu entrevista elencando os êxitos militares de seu governo num esforço para blindar o processo das críticas sobre a piora das condições de segurança.
"É muito mais do que tinha sido feito no passado", afirmou, contabilizando 18 chefes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) mortos desde 2010.
O presidente colombiano não revelou mais detalhes sobre as conversas com a guerrilha, que, segundo ele, não paralisarão os combates pelo país nem envolverão desmilitarização de território --dois aspectos criticados no processo fracassado de 1998.
O anúncio de Santos recebeu apoio interno de chefes dos partidos da ampla coalizão governista, da Procuradoria, da maior parte dos analistas e do chefe da Corte Suprema de Justiça.
Os EUA, que enviaram estimados US$ 8 bilhões a Bogotá desde 2000 para o combate às drogas e à insurgência, saudaram Santos.
A OEA (Organização dos Estados Americanos) se ofereceu ajudar no diálogo.
O ex-presidente Álvaro Uribe, ex-padrinho político de Santos e agora seu desafeto, foi voz contrária, argumentando que o governo debilita a política de segurança para
"negociar com terroristas".
No entanto, segundo documentos vazados pelo WikiLeaks em 2010, Uribe buscou contatos com as Farc. O ex-presidente diz que não aceitaria conversar sem cessar-fogo, como Santos teria feito.
O governo atual vem sofrendo queda na avaliação na segurança, um dos fatores da baixa na popularidade do mandatário colombiano, cujos primeiros sinais apareceram em junho. Santos obteve, segundo o Gallup, sua pior aprovação: 48%, ante em 64% abril. Na segurança, a desaprovação cresceu de 51% para 69% no mesmo período.
Nesta semana, Santos deu início a uma reforma ministerial --trocou os nomes de Transportes, Economia e Comércio até agora-- como parte da estratégia de dar novo ânimo no governo.
Apelidada de "gabinete da paz", a equipe ganhou ontem titular para o diálogo, o ex-prefeito de Bogotá Luis Eduardo Garzón, ex-sindicalista com laços com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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