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Uso da música em anúncios das Farc não é inédito; veja vídeo sobre acordo de paz
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DA EFE, EM BOGOTÁ
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) celebraram nesta segunda-feira a abertura de um diálogo de paz com o governo do país ao ritmo de rap.
Um grupo de guerrilheiros interpretou "Nos vamos para La Habana" ("Vamos para Havana") e colocaram as imagens, registradas na selva colombiana, no site da organização. O vídeo começa com uma mensagem do líder máximo das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como Timochenko, que promete que a guerrilha negociará "sem rancores nem arrogância".
Esta não é a primeira vez que as Farc, em sua tentativa de se aproximar dos colombianos, utilizam a música para fazer anúncios.
Após as fracassadas negociações de paz de Caguán (1998-2002) nasceu a música "La canción del guerrillero" ("A canção do guerrilheiro"), um merengue que passaria despercebido nas pistas de dança se não fosse pela letra, que pede para os guerrilheiros lutarem contra o governo e pegarem em armas.
O vallenato, ritmo típico da Colômbia e um dos mais populares do país, ao lado da salsa e do reggaeton, também fez parte das iniciativas musicais das Farc, que costumavam ser criações de Julián Conrado, um guerrilheiro que gravou mais de 15 álbuns deste gênero musical.
Também conhecido como "O cantor das Farc", este guerrilheiro chegou a montar um estúdio de gravação na zona desmilitarizada de Caguán, criada para as negociações. Conrado está atualmente preso na Venezuela e a Colômbia pediu sua extradição.
VAMOS PARA HAVANA
No vídeo divulgado hoje, um homem e uma mulher jovens, vestidos de uniforme militar e com camisetas com o rosto de Ernesto Che Guevara, interpretam o rap ao mesmo tempo que outros dois guerrilheiros tocam tambores e um violão.
A letra começa com a estrofe "Me voy para La Habana/ esta vez a conversar/ con aquel que me acusaba/ de mentir sobre la paz" (vou para Havana/ desta vez para conversar/ com aquele que me acusava de mentir sobre a paz"). Segundo a imprensa, as negociações de paz irão começar oficialmente em 5 de outubro, em Oslo, e depois continuarão na capital cubana.
Em outra estrofe os guerrilheiros fazem referência ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o comparam ao protagonista do filme "Brinquedo Assassino": "El pedante Chucky Santos/ se vio en la necesidad/ de pedirle a Fidel Castro/ que le ayude con las Farc" ("O pedante Chucky Santos/ viu-se na necessidade de pedir a Fidel Castro/ que o ajude com as Farc",
Após advertir que "esta pelea será dura/ quizás más que en la montaña" ("a briga será dura/ talvez mais do que nas montanhas", a canção afirma que o ex-presidente Álvaro Uribe só entende de massacres.
O vídeo termina com os guerrilheiros mudando de roupa, vestindo trajes civis e carregando malas, supostamente para viajar para Cuba negociar a paz.
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