Holanda realiza eleições antecipadas para tentar escapar da crise

A Holanda realiza nesta quarta-feira eleições legislativas antecipadas nas quais se prevê uma apertada disputa entre os liberais de direita (VVD) e os trabalhistas (PVDA).

Cerca de 13 milhões de holandeses estão convocados a votar em uma jornada na qual os colégios eleitorais abriram às 7h30 (2h30 de Brasília) e não fecharão até as 21h (16h de Brasília).

As pesquisas preveem um empate entre os trabalhistas e os liberais de direita, que estariam seguidos pela extrema esquerda eurocética (SP) e a extrema direita antimuçulmana (PVV) como terceira e quarta força política, respectivamente.

O avanço da esquerda radical é uma das principais novidades desta campanha eleitoral, que ontem à noite terminou com um debate televisado no qual foram repassados os principais temas eleitorais: a via de saída à crise e a posição da Holanda na União Europeia (UE).

O liberal Mark Rutte pediu aos eleitores que lhe concedessem a oportunidade de concluir o trabalho realizado durante os últimos dois anos, nos quais seu governo (aliado com a democracia cristã e os antimuçulmanos) aplicou cortes orçamentários de um total de 30 bilhões de euros.

No debate, Rutte e seu oponente trabalhista, Diederik Samsom, deixaram uma via aberta para carimbar um possível pacto pós-eleitoral, lembrando que a Holanda é "um país de coalizões".

Uma aliança entre liberais e trabalhistas teria que estar reforçada pelos partidos de centro CDA e os democratas do D66, que ontem à noite também se mostraram dispostos a chegar a compromissos em prol de um "governo estável".

A Holanda, que realizou cinco eleições nos últimos dez anos, sofreu a queda do governo no último mês de abril, quando os antimuçulmanos se retiraram das negociações para aprovar um pacote adicional de cortes.