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13/09/2012 - 13h49

Testemunha de cena de crime nos Alpes compara local a filme

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DA REUTERS, EM LONDRES

A primeira pessoa que viu a cena de um assassinato quádruplo em uma área tranquila e arborizada dos Alpes franceses descreveu o que testemunhou como algo típico de um filme de Hollywood, com corpos crivados de balas em um carro cujo motor ainda estava funcionando, e com sangue por toda parte.

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O ex-piloto da força aérea britânica Brett Martin havia saído para um passeio de bicicleta, na quarta-feira passada, quando se deparou com outro ciclista e três membros de uma família britânica em férias que haviam sido mortos a tiros em uma estrada remota em uma montanha na área do lago Annecy.

Justin Tallis/France Presse
Policiais em frente de casa, em Claygate, da família assassinada nos Alpes
Policiais em frente de casa, em Claygate, da família assassinada nos Alpes

"Pareceu-me exatamente como uma cena de Hollywood. E se alguém tivesse dito 'corta' e todo mundo se levantasse e fosse embora, teria sido. Mas, infelizmente, era vida real", disse Martin, em entrevista à BBC TV.

As vítimas no carro BMW eram Saad al-Hilli, um engenheiro nascido no Iraque, sua esposa e sua sogra.

A brutalidade e natureza inexplicável dos assassinatos, que segundo a polícia foram cometidos usando uma única arma semiautomática, têm intrigado a mídia no Reino Unido, que deu cobertura de destaque à história.

Promotores franceses têm considerado o trabalho de Hilli na indústria aeroespacial ou uma briga de família como possíveis motivos.

SANGUE

"Havia muito sangue e cabeças com buracos de bala nelas. É o tipo de coisa que você nunca espera encontrar na vida", disse Martin.

A primeira coisa que ele viu quando se aproximou da cena foi uma bicicleta caída e uma criança, a filha de 7 anos, Zainab Hilli, na estrada, com ferimentos graves na cabeça e coberta de sangue.

"Ela estava de bruços na estrada, gemendo, semiconsciente e deitada em uma posição na frente do carro com as rodas girando", disse Martin. "Ela estava muito gravemente ferida."

Ele a tirou da frente do carro antes de se virar para o ciclista e rapidamente deduzir que ele estava morto.

BURACOS DE BALA

No início, ele pensou que tinha acontecido um terrível acidente de carro, já que o motor do veículo ainda estava funcionando e as rodas giravam vigorosamente. Mas, assim que foi desligar a ignição, notou buracos de bala nas janelas.

"Ficou bastante evidente que os ferimentos das pessoas no interior não correspondiam ao que se poderia pensar de como ficariam depois de um acidente de carro em um estacionamento", disse ele.

Ele não viu a outra filha de Hilli, Zeena, 4, que estava escondida sob as pernas e a saia de sua mãe morta. Ela só foi encontrada ilesa quase oito horas depois que a polícia chegou.

Martin disse que ficou nervoso, com medo de que houvesse um atirador enlouquecido à solta, mas não podia telefonar para pedir ajuda porque seu celular não tinha sinal.

Sem saber o que fazer com a garota ferida, ele tomou a difícil decisão de deixar Zainab para trás e procurar ajuda, em vez de arriscar causar mais ferimentos nela ou até a morte tentando levá-la com ele.

Zainab, que sofreu graves fraturas no crânio após ser baleada e espancada, saiu de um coma induzido no domingo e será interrogada pela polícia assim que tiver condições.

Investigadores franceses, que disseram que cerca de 25 balas tinham sido encontradas na área, viajaram para a Grã-Bretanha nesta quinta-feira para se encontrar com os detetives britânicos que fizeram uma busca na casa da família em uma aldeia arborizada em Surrey, ao sul de Londres.

 

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