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Vice-primeiro-ministro de Israel diz que palestinos precisam de um Estado
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DA EFE
O vice-primeiro-ministro israelense e ministro de Inteligência e Energia Atômica, Dan Meridor, disse nesta segunda-feira que os palestinos deveriam negociar com Israel em vez de pedirem que a ONU reconheça seu Estado, algo sem efeitos práticos, segundo ele. "Os palestinos necessitam de um Estado e não de uma declaração da ONU", afirmou Meridor, pedindo ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, que retorne à mesa de negociações.
"Se os palestinos querem um Estado, o que devem fazer é negociar conosco o fim do conflito (...) o que não se resolve na ONU", acrescentou.
Em um encontro com jornalistas estrangeiros em Jerusalém, o vice-primeiro-ministro israelense se mostrou convencido de que "a situação atual não se manterá por muito tempo" e lamentou a falta da busca pelo diálogo por parte dos palestinos. "Se eles (os palestinos) não vierem, não teremos com quem negociar."
Abbas se dirigirá à Assembleia Geral da ONU na próxima quinta-feira com um pedido de reconhecimento da Palestina como um "Estado não membro".
No ano passado, os palestinos apresentaram outro pedido para serem admitidos como Estado membro do órgão. A solicitação foi bloqueada pela ameaça de veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança.
Dessa vez o pedido não precisa passar pelo Conselho de Segurança e contará com o respaldo majoritário da Assembleia.
NEGOCIAÇÕES
A última vez que israelenses e palestinos negociaram foi em setembro de 2010, num processo abandonado por Abbas quando o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, se negou a prorrogar a moratória à construção nos territórios ocupados.
Pertencente à ala moderada do atual governo israelense, Meridor reconheceu que a política de paz de Israel e sua colonização em territórios ocupados não são coerentes. Para ele, as construções deveriam ser restritas aos três grandes blocos que Israel tem intenção de anexar em um eventual acordo de paz.
"Há três anos venho dizendo que devemos construir unicamente nesses blocos e nada mais. Mas é minha opinião, não a do governo", afirmou.
Meridor descartou a possibilidade de uma retirada unilateral israelense de partes da Cisjordânia, proposta hoje pelo ministro da Defesa, Ehud Barak, em declarações a um jornal governista.
"Com base na experiência em Gaza não haverá nenhuma retirada de Israel da Judéia e Samaria (nomes bíblicos da Cisjordânia)", garantiu Meridor sobre uma proposta da qual a imensa maioria dos membros do Executivo israelense se opõem.
Israel deixou Gaza em 2005, retirando dela mais de 8.000 colonos, em uma decisão unilateral criticada pelos altos comandantes da época e pela direita nacionalista, que advertiram que o islamismo radical se apoderaria da faixa.
Dois anos depois, o movimento islamita Hamas recorreu às armas contra a autoridade de Abbas e passou a governar o território.
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