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Contra ricos, presidente Dilma junta islã e economia
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PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO
Da enxurrada monetária ao protecionismo, passando por Cuba, Palestina e Síria, os grandes vilões de olhos azuis --EUA e outros países ricos-- foram os principais alvos do discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU, feito pela presidente brasileira, Dilma Rousseff.
Em seu afã antiamericano, a presidente Dilma pôs no mesmo nível o "preconceito islamofóbico nos países ocidentais" e a morte dos diplomatas americanos na Líbia, em 11 de setembro deste ano.
Um vídeo de sátira a Maomé, feito por um sujeito obscuro da Califórnia e condenado prontamente pela embaixada americana no Cairo, desencadeou ataques que levaram à morte de dezenas de pessoas em todo mundo. Entre eles, o embaixador americano na Líbia, Chris Stevens.
Mas no discurso da presidente, elaborado com ajuda do assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e do chanceler Antonio Patriota, o repúdio à islamofobia dos ocidentais vem antes da crítica aos atos que resultaram na morte de Stevens e outros. Só depois é que Dilma repudiou, "com a mesma veemência", "os atos de terrorismo que vitimaram diplomatas americanos".
Predomina a visão, no governo brasileiro, de que o vídeo em si não é a principal causa dos ataques contra embaixadas americanas ao redor do mundo. Estes seriam uma reação às políticas dos EUA no Oriente Médio.
Esse foi o ponto mais agressivo no discurso, mas sobraram farpas contra os países ricos. Para Dilma, as "políticas fiscais ortodoxas" --ajuste de Orçamento em países europeus, semelhante àquele que o Brasil já teve de fazer para pôr a casa em ordem-- vêm agravando a recessão.
Ela critica a falta de uma combinação adequada entre ajuste fiscal e estímulo à demanda. De fato, os cortes aprofundam a recessão europeia. Mas Dilma não ofereceu uma alternativa viável para a crise de endividamento.
Ela defendeu o aumento de impostos de importação no Brasil --que, efetivamente, não fere as regras da OMC, já que está dentro das tarifas máximas acordadas.
Mas, em 2008, o Brasil, com os outros países do G20, concordou em não adotar medidas de restrição ao comércio. Não só o Brasil, mas quase todos os países descumpriram a promessa.
E a presidente ataca "todas as formas de manipulação do comércio", referindo-se às expansões monetárias dos países ricos, que levam à desvalorização de suas moedas.
Essas seriam uma forma de competição desleal, na visão do governo brasileiro, que gostaria de incluir a "guerra cambial" nos temas da OMC.
Mas essa manipulação vale muito mais para os EUA e as ações do Federal Reserve do que para a China, que não tem olhos azuis e é geralmente poupada pelas autoridades brasileiras.
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