Reino Unido nega apelo contra extradição de radical islâmico aos EUA

A Justiça do Reino Unido negou nesta sexta-feira a apelação feita pelo clérigo radical Abu Hamza al Masri contra a extradição para os Estados Unidos, onde responde a processo por associação ao terrorismo.

O pedido foi negado pela Corte Superior de Londres por não considerar que a condição médica do islâmico seja um motivo para impedir a transferência para território americano. A defesa alegou que o clérigo passava por problemas sérios de saúde.

	Ian Waldie/Reuters
	Abu Hamza, em foto de 2002 em Londres; clérigo radical perde apelo contra extradição aos EUA

A decisão termina com uma longa batalha judicial de Abu Hamza e outros cinco suspeitos para não serem extraditados aos Estados Unidos, onde podem ser condenados à morte por envolvimento no sequestro de 16 turistas americanos em Iêmen, em 1998.

O apelo foi feito após a Corte Europeia de Direitos Humanos ter ratificado a decisão britânica pelo envio dos suspeitos na semana passada. Após o anúncio do tribunal europeu, o governo britânico havia afirmado que deportaria Abu Hamza "o mais rápido possível".

CLÉRIGO

Hamza, 54, é egípcio e foi preso pela polícia britânica em 2006. Ele era ex-imã (espécie de vigário para os muçulmanos) da mesquita de Finsbury Park, ao norte de Londres.

Além da participação no atentado no Iêmen, que deixou quatro estrangeiros mortos, é acusado de organizar um campo de treinamento para formar combatentes que lutaram na guerra contra o Afeganistão, iniciada em 2001.

Sua prisão foi autorizada no Reino Unido em 2006 por delitos relacionados com atividades terroristas. Como imã de uma mesquita na capital britânica, incitou em seus sermões a morte de não muçulmanos e judeus e o ódio contra o Ocidente.