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Tendência mais liberal dos EUA se traduz em séries para a televisão
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RAUL JUSTE LORES
DE NOVA YORK
A exibição acidental de um seio da cantora Janet Jackson durante um evento esportivo causou furor e uma quase multa milionária à rede CBS.
Era 2004, no primeiro mandato de George W. Bush. A série mais popular da TV então, "24 Horas", era estrelada pelo herói Jack Bauer, que praticava tortura contra terroristas para defender o país.
Por 150 anos, houve tensão cultural entre norte e sul, e as costas leste e oeste e o interior do país.
Mas a onda conservadora que dominou o eleitorado americano na década passada e que quase transformou sua mídia começou a tomar o primeiro plano da política no país no ano de 1992.
Foi na convenção do Partido Republicano em Houston, no Texas, que o pré-candidato presidencial Patrick Buchanan afirmou que havia uma "guerra cultural disputando a alma da América" e que os democratas tinham uma agenda de "feministas radicais, abortistas e movimentos gays".
Um líder evangélico muito popular na TV e no rádio, Pat Robertson, começou a usar o mesmo termo. Nos anos de Bill Clinton, com os casos extraconjugais do ex-presidente, a tal guerra cultural se intensificou entre republicanos e democratas.
Temas religiosos começaram a pautar todas as campanhas republicanas desde então. O movimento ultraconservador Tea Party abraçou tais ideais. Mas a popularidade desses pontos de vista despencou.
Na convenção republicana há pouco mais de um mês, os maiores líderes do Tea Party ficaram de fora.
Em agosto, o candidato republicano ao Senado pelo Missouri, Todd Akin, se disse contrário ao aborto mesmo em casos de estupro. "O corpo da mulher tem maneiras de se fechar em casos de estupro legítimo", afirmou.
Todas as lideranças republicanas condenaram a frase e pediram para ele renunciar à disputa. Ele não renunciou e concorre em novembro.
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