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Atitude de Joe Biden em debate divide analista
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LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
Se no primeiro debate foi Garibaldo, o personagem amarelo de "Vila Sésamo", a monopolizar os comentários pós-show, no segundo, anteontem, os holofotes recaíram sobre o democrata Joe Biden.
Com sua performance exuberante (e por vezes exagerada), o vice-presidente dividiu analistas e eleitores ontem sobre quem, afinal, se saiu melhor no confronto entre ele e Paul Ryan, o vice na chapa republicana à Casa Branca.
"Em termos de conteúdo, o debate foi provavelmente um empate. Mas, em estilo, Biden pareceu tão infantil e manipulador que será surpreendente se os indecisos gostarem do que viram", escreveu a conservadora Peggy Noonan ("Wall Street Journal").
No Twitter, críticas e piadas sobre os sorrisos, risos e gargalhadas de Biden quase a cada resposta de Ryan foram o principal assunto entre quem acompanhava o debate --muito mais que a discussão sobre política externa, impostos, reforma da saúde e Orçamento em que se engalfinharam os candidatos.
Para muitos, o democrata pareceu pedante; para vários outros, empolgado e sincero.
"Se ele continuar assim, vai ter cãibra", brincaram os redatores do "Indecision 2012", blog eleitoral do canal de humor Comedy Central.
Para Jared Bernstein, comentarista progressista que escreve no "Huffington Post" e trabalhou para o governo de Barack Obama, porém, Biden "reenergizou a base".
"O vice precisava esclarecer o que o neomoderado Mitt [Romney, o presidenciável republicano] enturvara. E ele fez isso, sobretudo sobre política econômica e fiscal."
Com o novo confronto presidencial marcado para esta terça, dia 16, os partidos travarão uma guerra de propaganda até lá para definir a performance de Biden.
Após um primeiro debate com desempenho chocho de Obama --que cedeu terreno nas pesquisas a Romney a ponto de elas voltarem ao empate técnico que prevaleceu até agosto--, cabia ao vice democrata conter a escalada, e ao republicano, inflá-la.
Ryan foi elogiado, mas não superou expectativas.
A pesquisa da CNN lhe deu 48% das preferências contra 44% do rival, empate técnico. Ontem, porém, não era ele o foco de jornais e TVs. Era Biden, o que pode ser um trunfo em disputa tão acirrada.
O debate dos vices foi visto por 51,4 milhões de pessoas pela TV, segundo o instituto Nielsen --a audiência do primeiro debate presidencial foi de 67,2 milhões.
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