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Em eleição dividida, EUA podem ter governo Romney-Biden
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DA REUTERS, EM WASHINGTON
Em uma eleição presidencial que se prenuncia acirrada, os Estados Unidos estão expostos a mergulhar em um caos político, o que inclui a repetição da polêmica de 2000, ou mesmo a improvável hipótese de um governo com presidente e vice pertencentes a partidos opostos.
O resultado mais provável para o pleito de 6 de novembro ainda é uma vitória clara, mas apertada, do presidente democrata, Barack Obama, e do seu vice, Joe Biden, ou então da chapa republicana composta por Mitt Romney e Paul Ryan.
Mas, a duas semanas e meia da votação, as pesquisas indicam que ainda há vários Estados com o resultado em aberto, o que pode gerar cenários mais complexos.
VITÓRIA COM MENOS VOTOS
É possível que um candidato obtenha mais votos em nível nacional, mas perca no Colégio Eleitoral. Foi o que aconteceu há 12 anos, quando o republicano George W. Bush derrotou o democrata Al Gore após uma batalha judicial na Suprema Corte.
Outro cenário possível é que os dois candidatos conquistem cada 269 dos 538 votos do Colégio Eleitoral.
Quando isso acontece, cabe à Câmara dos Deputados eleger o novo presidente. Há ampla expectativa de que os republicanos mantenham a maioria na Câmara na eleição deste ano, e isso então levaria Romney à Casa Branca.
Mas, nesse cenário, a escolha do vice-presidente cabe ao Senado, onde os democratas hoje têm maioria. Caso a mantenham, Biden poderia ser reconduzido à vice-presidência.
VOTO DE MINERVA
Mais estranha ainda seria uma situação em que os dois partidos fiquem com uma bancada de 50 senadores cada.
Nesse caso, o voto de minerva caberia ao presidente em exercício da Casa. Nos Estados Unidos, o presidente do Senado é sempre o vice-presidente da República, ou seja, poderia caber a Biden eleger a si próprio.
"No fim das contas, as probabilidades ainda favorecem que o voto popular e o voto eleitoral se dirijam para a mesma direção, mas as chances de uma divisão como a de 2000 são muito reais, junto com a possibilidade distinta de ambiguidade e de questões da apuração mais uma vez, colocando o resultado em dúvida", escreveu o editor do Cook Political Report, Charlie Cook, em artigo no National Journal.
SUPREMA CORTE
Em 2000, a disputa na Suprema Corte se arrastou até dezembro. Desta vez, as campanhas de Obama e Romney já preparam suas equipes jurídicas para lidar com um eventual litígio, inclusive envolvendo leis eleitorais recém-aprovadas por assembleias dominadas por republicanos em mais de uma dúzia de Estados desde 2010.
Em 56 eleições presidenciais realizadas até hoje no país, apenas em três ocasiões o candidato ganhou no voto popular, mas perdeu no Colégio Eleitoral.
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