Publicidade
Publicidade
Protesto secularista na Turquia é reprimido com gás e canhões de água
Publicidade
DA REUTERS, EM ANCARA
A polícia de Ancara, capital da Turquia, usou canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar milhares de manifestantes secularistas que compareceram a um comício proibido pelo governo local, nesta segunda-feira. O comício protestava contra um suposto aumento da influência islâmica no governo do país.
Milhares de homens e mulheres saíram às ruas da cidade nesta segunda-feira portando bandeiras turcas e com o rosto de Mustafá Kemal Atatürk, o fundador da Turquia moderna. Há uma grande divisão no país entre secularistas e religiosos conservadores.
O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan venceu as eleições de 2011 e conquistou um terceiro mandato, com o apoio de 50% da população. Porém, secularistas turcos temem que o partido de Tayyip Erdogan tenha tendências islâmicas que ameaçam a república secular estabelecida por Atatürk, no início do século 20.
Adem Altan/AFP | ||
Milhares empunham bandeiras da Turquia, em frente ao mausoléu de Atatürk, fundador da república turca moderna |
O governo local de Ancara, que também é controlado pelo partido de Tayyip Erdogan, tinha proibido a manifestação, considerando-a "provocação". Para os opositores, é uma tentativa de silenciá-los.
Os manifestantes combinaram de realizar uma marcha, saindo do prédio do Parlamento, no centro da cidade, até o mausoléu de Atatürk, para celebrar os 89 anos da fundação da república da Turquia. Entre os cânticos proferidos pelos manifestantes, estavam "renunciem, governantes! Maldito Tayyip!" e "a Turquia é secularista e assim deve permanecer!"
Uma barricada da polícia impediu os manifestantes de avançarem. Foi quando houve um confronto entre as forças de segurança e os secularistas. Alguns dos manifestantes reclamaram do uso de canhões de água e gás lacrimogêneo por parte da polícia, já que a multidão incluía crianças e idosos. De acordo com a polícia, objetos foram arremessados contra ela pelo público.
Depois de várias horas, a barricada foi desfeita e os policiais permitiram que os manifestantes seguissem até o mausoléu.
GUINADA RELIGIOSA
Erdogan foi eleito pela primeira vez há uma década, com maioria absoluta dos votos. Sua gestão fez com que a Turquia crescesse em prestígio aos olhos do Ocidente, que passou a considerar o país como um exemplo democrático numa região politicamente instável.
No entanto, nos últimos anos, as críticas ao seu governo têm aumentado, com políticos, acadêmicos e jornalistas indo para a prisão, acusados de tramar contra o governo. Na última semana, mais de 300 oficiais do Exército foram condenados por conspiração contra Erdogan. O Comitê de Proteção aos Jornalistas diz que o país prendeu mais jornalistas que o Irã e a China no último mês.
Além disso, os secularistas reclamam das crescentes restrições às bebidas alcoólicas e reformas no sistema educacional que, para eles, aproximam o país de uma república islâmica.
Egito e Tunísia, aliados do governo de Erdogan, enfrentaram protestos semelhantes de secularistas no último mês. Os dois países se livraram de ditaduras durante os eventos da Primavera Árabe, mas a oposição aos seus novos mandatários dizem que os países estão cedendo à influência islâmica.
+ Canais
- Conheça a página da Folha Mundo no Facebook
- Acompanhe a Folha Mundo no Twitter
- Acompanhe a Folha no Twitter
+ Leia mais
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice