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06/11/2012 - 10h00

Conservador, Paul Ryan vive ascensão no Partido Republicano

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MIRIAM BURGUÉS
DA EFE, EM WASHINGTON

O candidato republicano a vice dos EUA, Paul Ryan, é um jovem em ascensão, líder intelectual de uma nova geração de ideólogos econômicos dentro do partido e idolatrado pelo movimento direitista Tea Party.

"Aos 42 anos, ele é a mesma pessoa de quando tinha 19: consciente, trabalhador e com um apetite insaciável para discutir ideias políticas", disse César Conda, que é chefe-de-gabinete do senador Marco Rubio e conhece Ryan há mais de duas décadas.

Ter apostado nele foi arriscado para Mitt Romney, o líder da chapa, que é mais moderado para as questões econômicas e sociais. Dos candidatos a vice propostos pela legenda, Ryan tem o perfil ideal para ajudar seu "chefe" a mobilizar as bases mais conservadoras.

Nascido em Janesville, Ryan representa o seu Estado, o Wisconsin, no Congresso desde 1999, quando tinha 28 anos. Ele atualmente preside o Comitê de Orçamentos da Câmara dos Representantes (o equivalente à Câmara dos Deputados). Desde que chegou ao Congresso e se tornou o seu segundo membro mais jovem, Ryan decidiu não se mudar para Washington.

No Wisconsin, construiu uma imagem de devoto pai de família, fã de caça e de exercícios físicos. Ryan se casou em 2000 com Janna Little, uma advogada graduada em espanhol que trabalhou em Washington para a empresa de consultoria Pricewaterhousecoopers. O casal tem dois filhos e uma filha.

Ryan formou-se em 1992 em ciências políticas e economia pela Universidade de Miami, no Estado de Ohio. Ele é católico e trabalhou no negócio de construção da família, antes de começar a carreira política. É o mais jovem de quatro filhos e o pai, advogado, morreu de um ataque do coração quando ele tinha 16 anos.

Jovem, mas experiente, Ryan não perdeu tempo e obteve tanto aplausos quanto críticas com ideias econômicas ultraconservadoras, alinhadas às do Tea Party. Ryan tomou nos últimos anos as rédeas da política orçamentária republicana, que prevê cortes em programas sociais, educação e infraestruturas e propõe transferir poder federal aos Estados, na tentativa de reduzir o deficit nacional.

O "roteiro" de Ryan para conseguir a redução da dívida, que só não corta a verba da Defesa, foi ignorada em 2008 pelo então candidato republicano à Casa Branca, John McCain. Mas os bons resultados dos republicanos nas eleições legislativas de 2010, devido em boa parte ao triunfo do Tea Party, deram fôlego a Ryan no Congresso e, consequentemente, a seu plano.

A Câmara dos Representantes já o aprovou em duas ocasiões, mas ele morreu em um Senado controlado pelos democratas. O próprio Romney o defendeu, com algumas ponderações.

"Hoje, Ryan representa aproximadamente a metade dos seguidores de seu partido, e é um apóstolo republicano do capitalismo de livre mercado e do governo limitado", diz Erwin Hargrove, professor emérito da Universidade de Vanderbilt.

Ryan defende uma reforma do Medicare, o programa de atendimento de saúde para idosos e incapacitados que beneficia 49 milhões de americanos. Em temas sociais como o aborto, ele também se mostrou mais conservador que Romney e considera que "a vida começa com a concepção". No Congresso, votou pela invasão do Iraque e pelo resgate à indústria automotiva impulsionado pelo presidente Barack Obama em meio à crise econômica.

Ryan não era um político conhecido em nível nacional até ser convidado para concorrer ao lado de Romney e tem experiência em política externa quase nula.

 

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