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Análise: Pequim precisa encontrar novos estilos de liderança
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DAVID GOODMAN
ESPECIAL PARA A FOLHA
Nos últimos anos da era de Hu e Wen, uma crítica padrão consiste em dizer que eles prometeram muito, mas realizaram pouco nos últimos dez anos. À primeira vista, é uma avaliação áspera.
Sob a liderança dos dois, a economia chinesa cresceu muito. O PIB per capita subiu de US$ 1.135 em 2002 para US$ 5.432 em 2011.
Os frutos desse crescimento resultaram em estabilidade política, levando a China a elevar seu perfil internacional muito além do esperado.
Um país que em 1967 tinha um embaixador no exterior hoje tem presença mundial.
As transformações também foram internas. As mídias sociais levaram a uma revolução na comunicação entre chineses, criando redes e ligações entre grupos.
Mas, embora o crescimento seja espetacular há três décadas, o partido não criou uma sociedade de consumo para a qual o resto do mundo tanto quer vender.
Existe uma classe média crescente, mas mesmo ela é mais limitada do que muitas vezes se imaginou. Menos de 10% das famílias recebem US$ 60 mil ou mais por ano. Em 2012, os 10% mais ricos possuíam 86% da riqueza.
Outro quesito negativo da última década é a ausência de reformas políticas.
Embora o premiê Wen Jiabao venha há muito tempo proferindo o discurso das reformas políticas, poucas mudanças foram vistas.
Como a sociedade e a economia vêm se transformando em ritmo tão acelerado, são necessários novos estilos de liderança, mas em matéria de governança e uso do poder o partido vem constantemente recorrendo às mesmas atitudes de sempre. Em consequência disso, o governo central é menos dinâmico que os governos do nível local, onde autoridades menos expostas têm pelo menos ousado correr alguns riscos.
Sempre devemos estar preparados para surpresas. Afinal, em 1977 a visão dominante era que a China se encaminhava para um futuro longo e estagnado sob uma liderança pós-maoísta de linha dura. Nós nos equivocamos então. Talvez nos equivoquemos novamente.
DAVID GOODMAN é diretor do Centro de Estudos da China da Universidade de Sidney
Tradução de CLARA ALLAIN
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