Publicidade
Publicidade
América Latina resiste à crise, diz OCDE
Publicidade
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A CÁDIZ
A América Latina apresentou-se, na abertura da 22ª Cúpula Iberoamericana, como uma região que continua resistindo bravamente aos embates da crise econômica global, mas que, ao mesmo tempo, "não pode ficar encantada [consigo mesma] só porque a Europa vai mal, pois o nível de bem-estar dos europeus é muito maior".
Foi o que disse o mexicano Ángel Gurria, secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o clubão dos 33 países mais desenvolvidos, ao apresentar o Panorama Econômico da América Latina.
Como a Folha já mostrou ontem, o panorama diz que a América Latina crescerá 3,2% este ano e 4% no ano que vem, índices significativos, se comparados aos do mundo desenvolvido, em que ou há recessão ou o crescimento chega no máximo a 2%.
Gurria deixou claro, no entanto, que não cabe complacência, até porque "o crescimento potencial da região é ainda baixo".
No caso específico do Brasil, não só o crescimento potencial é baixo como o crescimento real, este ano, será bastante reduzido (1,6%), de acordo com os dados da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina), que compartilha com a OCDE o panorama da região.
O Banco Central brasileiro tem a mesma previsão.
Nesse cenário, sucederam-se as pregações em favor do que a também mexicana Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal, chamou de "mudança estrutural virtuosa" e que Enrique García, presidente da CAF (Corporação Andina de Fomento), qualificou: seria trocar as "vantagens comparativas pelas vantagens competitivas".
Tradução: hoje, a região depende demais das commodities, dádiva da natureza, que, no entanto, são de baixo valor agregado. Caberia agora ao homem latino-americano agregar valor para competir globalmente.
DESINDUSTRIALIZAÇÃO
Alicia Bárcena chegou a lamentar que "a reprimarização" esteja de volta à América Latina, "acompanhada de um processo de desindustrialização".
É uma alusão que vem se tornando clássica à chamada "doença holandesa", a dependência excessiva de um ou dois produtos primários, o que vai matando a indústria. É um debate recorrente no Brasil, ainda sem conclusão definitiva. Mas o foco do panorama este ano não foi esse. Foram as PyMes (Pequenas e Médias Empresas, na sigla em espanhol), que são 99% do total de companhias do subcontinente e respondem por dois de cada três empregos.
Não obstante, as "pymes" contribuem com apenas 20% do PIB regional, cabendo o grosso da produção econômica às grandes empresas.
Essa concentração acaba sendo natural ante a dificuldade de financiamento que sufoca as pequenas e médias, que abocanham só 12% do crédito total, quando, nos países da OCDE, a porcentagem supera o dobro e vai a 25%.
De todo modo, a exposição sobre a economia e as "pymes" acabou sendo uma repetição de queixas e propostas que se fazem todos os anos em encontros assim.
A novidade ficou a cargo de Luis Alberto Moreno, presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que anunciou o projeto "Conecta Américas", destinado a respaldar pequenas e médias empresas para que se globalizem -- US$ 70 milhões a quem queira investir no exterior e mais US$ 350 milhões como garantias bancárias a quem queira entrar em concorrências no exterior.
+ Canais
- Conheça a página da Folha Mundo no Facebook
- Acompanhe a Folha Mundo no Twitter
- Acompanhe a Folha no Twitter
+ Leia mais
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice