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Cidades de Israel que viraram alvo têm rotina alterada
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MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Quem mora em Jerusalém está habituado a terminar a sexta-feira ao som da sirene que anuncia o início do shabat, o dia sagrado de descanso da semana judaica.
Mas há 21 anos não se ouvia na cidade o som do alarme antimíssil, que soou ontem pouco após a sirene do shabat, surpreendendo quem achava que a cidade sagrada para três religiões estaria imune de ataques.
Muita gente lembrou de 1991, quando o ditador Saddam Hussein decidiu atacar Israel mas concentrou-se em Tel Aviv, poupando Jerusalém supostamente por sua importância para o islã.
O ataque de ontem passou longe dos lugares sagrados, caindo num assentamento judaico a 20 km de Jerusalém. Mas o soar do alarme despertou os moradores para a proximidade da guerra.
"Mesmo sabendo que o risco é baixo, tem um efeito psicológico", diz a estudante de artes plásticas Hagit Milman, 25, tomando chá num dos poucos cafés abertos no shabat.
Se ruas desertas no fim de semana são comuns em Jerusalém, para Tel Aviv é uma mudança drástica. Alvo de foguetes palestinos pela primeira vez em duas décadas, a cidade mais cosmopolita de Israel, se recolheu.
Os três foguetes disparados de Gaza não passaram dos arredores de Tel Aviv, mas foram o suficiente para baixar o astral da "cidade que nunca para".
A quinta-feira é o dia mais quente para baladas noturnas em Israel, especialmente em Tel Aviv, mas, na última, a animação foi abafada pelo alarme antiaéreo.
Bares e cafés que vivem lotados estavam às moscas e pouca gente foi para a rua, mudando totalmente o cenário sempre agitado de Tel Aviv.
"Desde a Guerra da Independência, Tel Aviv é um alvo. A cidade é o centro nervoso da economia israelense, todos os dias chegam aqui um milhão de pessoas", diz o prefeito da cidade, Ron Huldai.
"Meu conselho aos moradores é: continuem a vida normalmente. Tel Aviv não pode parar."
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