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Dilma pede a ONU cessar-fogo imediato
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CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A MADRI
A presidente Dilma Rousseff telefonou ontem, de Madri, ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para pedir-lhe que convoque urgentemente o Conselho de Segurança da ONU para tratar do conflito entre Israel e o Hamas, de forma a obter um cessar-fogo.
Dilma atendia assim o pedido do presidente egípcio, Mohamed Mursi, para que o Brasil usasse sua influência em especial nas Nações Unidas para ajudar a brecar o morticínio na região, principalmente na faixa de Gaza.
Mursi estava desde sábado tentando falar com Dilma. A presidente chamou-o ontem, por volta de 12 horas (9h em Brasília). O mandatário egípcio se disse satisfeito com a posição brasileira de condenar "o uso desproporcional da força", conforme consta de comunicado emitido anteontem pelo Mercosul, à margem da 22ª Cúpula Ibero-americana de Cádiz.
O comunicado é bastante anódino, não aponta o dedo acusador para nenhuma das partes e, como é óbvio, pede uma solução negociada.
Mas "uso desproporcional da força" é uma expressão em geral usada na diplomacia para, sem especificar países, criticar Israel, no pressuposto de que os bombardeios israelenses são desproporcionalmente violentos em relação aos ataques com foguetes vindos de Gaza.
Marco Aurélio Garcia, o assessor diplomático da presidente, critica a inércia do Conselho de Segurança e ataca ainda mais duramente o chamado Quarteto (EUA, Rússia, União Europeia e Nações Unidas), que deveria estar atuando para resolver o impasse permanente entre Israel e os palestinos.
Garcia culpa a absoluta falta de negociação entre as duas partes pelo agravamento do conflito. O assessor da presidente acha que o Brasil deve ter "uma presença mais forte" no tema, mas não sabe se o enviado especial brasileiro para o Oriente Médio, o embaixador Cesário Melantonio, será ou não mandado à região em breve.
"Só vai se o Brasil for chamado", diz um porta-voz da Presidência.
A interpretação de Marco Aurélio para o telefonema de Mursi é a de que o presidente egípcio está tentando montar uma rede de contatos, que vá além da região mais próxima do conflito, de modo a conseguir um cessar-fogo, primeiro e indispensável passo para qualquer outra ação.
URGÊNCIA
O chanceler francês, Laurent Fabius, também ressaltou ontem a necessidade de uma trégua imediata.
"Queremos ajudar no alcance dos termos para um cessar-fogo", disse ele, que que se encontrou com seu homólogo israelense, Avigdor Lieberman, em Jerusalém.
"Estamos insistindo na urgência e na necessidade de um cessar-fogo", afirmou.
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