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22/11/2012 - 07h00

'Achamos que era um míssil', diz brasileiro após ataque em Israel

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ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

Na manhã desta quarta-feira, o brasileiro Marki Levy, 64, estava em seu escritório em Tel Aviv quando ouviu uma forte explosão. A 50 metros dali, um ônibus com civis tinha sido alvo de um atentado com bomba, o primeiro na cidade desde abril de 2006.

Em Israel há 41 anos, o administrador gaúcho vive com a mulher e dois dos três filhos num kibutz entre a cidade de Ashkelon e a fronteira com a faixa de Gaza, de onde a família acompanhou, com apreensão, a escalada dos ataques. A Folha falou, por telefone, com Levy meia hora após o início do cessar-fogo.

*

Folha - O senhor estava muito perto ao local onde ocorreu o atentado. O que viu?
Marki Levy - Estava no meu escritório, que fica a 50 metros do lugar do atentado. Só ouvimos uma forte explosão e as forças de segurança logo fecharam a rua. Todo mundo achou que era um míssil, mas, alguns minutos depois, pessoas que estavam na rua disseram que tinha sido um atentado num ônibus.
Geralmente o lugar é isolado, primeiro para não atrapalhar o atendimento às vítimas e também porque, muitas vezes, há a possibilidade de uma segunda explosão. A informação que chegou até nós é que haveria uma terrorista mulher e que ela tinha fugido do lugar. Então nem nos deixavam sair pra rua, porque diziam que era perigoso.

Como as pessoas reagiram à explosão?
Geralmente, o clima depois de um atentado como esse é de muita tensão, muita angústia. Há lembranças tristes de atentados a ônibus em Tel Aviv, então, para muitas pessoas, o ataque lembrou uma época de muitos mortos. Até então era difícil dizer que havia um medo em Tel Aviv, porque a vida continuava normalmente após as sirenes [que alertam sobre a ameaça de foguetes].
O fato de ter havido quatro ou cinco sirenes em Tel Aviv nos últimos dias não criou uma realidade de tensão. Já nas cidades do sul, Ashkelon, Ashdod, sim houve uma paralisia do cotidiano, porque lá caíram dezenas de mísseis.

O senhor mora próximo à fronteira com Gaza. Com o início do cessar-fogo, pararam, de fato, os ataques a partir do território palestino?
A última hora antes do cessar-fogo teve muitos tiros, mas, geralmente, existe um aumento da tensão pouco antes da trégua. Todo mundo espera que esse cessar-fogo seja respeitado, mas em Gaza há muitas milícias e nem todas são controladas pelo Hamas. Há grupos que atuam de maneira independente.
Por isso, nas cidades do sul, amanhã ainda não haverá aulas nas escolas. Imagina se um míssil cair numa escola. Seria uma tragédia.

 

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