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Presença de estrangeiros é expressiva em favelas argentinas
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SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES
Diferentemente das favelas brasileiras, as argentinas têm uma população estrangeira expressiva.
"Hoje em dia quem mais chega são peruanos, paraguaios e bolivianos", diz Chacho Mendoza, 47, conselheiro da favela Villa 31, em Buenos Aires.
Em geral, os estrangeiros seguem parentes que vieram antes e se instalam em suas casas ou alugam pequenos espaços. Como, em geral, não têm documentos, ficam sem acesso aos planos do governo.
"Os preços estão altíssimos e temos de aumentar nossos produtos também, senão não alcança para comer", diz Jorge González, 58, nascido em Oruro, na Bolívia, e há mais de 30 anos na Argentina. González fabrica sapatos de couro e reproduções de marcas famosas de tênis e sandálias.
Nas horas livres, trabalha com a reabilitação de garotos viciados em drogas na Villa 31. "Meu sonho era pagar impostos como qualquer cidadão e ter os benefícios que todos têm", resume.
A Villa 31 faz parte da história de Buenos Aires. Nos anos de chumbo da ditadura militar (1976-1983), os generais no poder tentaram tirar a favela dali. "A ideia era limpar Buenos Aires da pobreza, todos tiveram de fazer as malas e voltar a suas províncias e países de origem", conta Mendoza.
Nove famílias, porém, permaneceram e deram origem à ocupação dos dias de hoje.
REGISTRO
O governo da cidade de Buenos Aires, a cargo de Mauricio Macri, começou a fazer um registro das propriedades do local e subsidiou a criação de algumas quadras esportivas e espaços públicos.
Porém, ainda não forneceu escrituras aos moradores, que por isso entraram com uma ação na Justiça.
"A propriedade de nossas casas é o que pode nos defender da alta dos preços das coisas, é uma garantia", diz a argentina Norma Gutierrez, 57, coordenadora esportiva da comunidade.
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