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09/12/2012 - 04h45

Opinião: Gravidez mostra que o que interessa à realeza é o útero de Kate

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BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

Se alguém tinha dúvida sobre as utilidades de uma ex-plebeia transformada em duquesa que se casa com o herdeiro em linha direta do trono britânico, ela terá sido dissipada nos últimos meses.

Tamanha foi a especulação sobre quando, se e em que circunstâncias se daria o anúncio do nascimento do primogênito dos duques de Cambridge -e tanta tinta foi despendida
elucubrando sobre a possibilidade de o casal não poder, não querer ou ter motivos misteriosos para rejeitar a paternidade- que não sobrou nenhuma ilusão sobre o papel que de fato cabe a Kate na estrutura da família real. Curto e grosso: o que interessa ali é seu útero.

E você pensando, meu caro leitor, que ela só tinha que andar, sorrir e abanar a mãozinha. Ou você, noiva à procura do vestido dos sonhos, achando que ela seria sua inspiração. Veja só o equívoco.

Há ainda a indústria da moda, que enxergava em Kate uma embaixatriz da produção "made in England", muito útil na hora de incrementar as vendas de modelitos "high-low". Tudo engano. A duquesa existe para dar prosseguimento ao show.

E a possibilidade de não haver um descendente direto de William já estava começando a deixar os súditos com urticária. É alerta vermelho com sirene de furacão de máxima potência! Já pensou o risco de ver uma das filhas do príncipe Andrew -como se chamam mesmo, Drizela e Anastácia?- coroadas?

Elizabeth engravidou de Charles logo depois de se casar com Philip. Diana a imitou dando à luz William em 21 de julho de 1982, 11 meses depois do casamento.

Nos quatro meses entre cerimônia e anúncio da gravidez, despreparada que só para as pressões do cargo, a defunta princesa de Gales disparou: "O mundo inteiro está de olho na minha barriga".

Kate é muito melhor assessorada (os Windsor são conhecidos unhas de fome, mas diante de tantos equívocos resolveram gastar em relações-públicas e, como se vê, os resultados têm surgido). Ela não dá opiniões em público.

Ninguém sabe o que pensa sobre Chelsea ou Manchester United, se tem bulimia ou anorexia, se sente vontade de se jogar da escada ou se acredita que exista gente demais no seu leito matrimonial.

A informação oficial foi a de que o casal demorou mais que o habitual (18 meses desde o casamento) para anunciar a gravidez para não interferir nas comemorações do Jubileu da rainha e porque estavam de mudança para Londres -para o palácio de Kensington, onde William e seu irmão, Harry, cresceram.

Uma dica: se você pretende fazer uma fezinha no nome do futuro herdeiro/a nas casas de apostas londrinas, sugiro que não tente nada muito ousado. Rei Nigel, Frodo, Usain ou Justin Bieber 1º estão fora de questão, bem como rainha Rihanna, Ke$ha, Selena ou Bruna Surfistinha.

Talvez não renda muito, mas nomes de reis e rainhas britânicos dificilmente fogem à regra: Elizabeth, George, James, Edward, Victoria, Henry, Mary, William, Charles, Arthur ou John são os cristianíssimos que mais emplacam.

Richard foi abandonado por um certo tabu em relação à matança de sobrinhos a fim de ascender ao trono. Margaret também não deve ser usado num futuro próximo, devido ao frescor da lembrança que os caprichos da mimadíssima irmã de Elizabeth ainda trazem a traumatizados membros da Corte de St. James.

O nome Diana também pode ser uma boa pedida. Mas eu só arriscaria essa aposta na eventualidade de a rainha já estar enterrada a sete palmos no dia do nascimento.

 

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