China prende monge acusado de incitar imolações de tibetanos

A polícia chinesa acusa um monge da Província de Sichuan, no sudoeste do país, de incitar a imolação de tibetanos, informou a agência de notícias Xinhua neste domingo. Ele e seu sobrinho foram presos nesta semana.

As prisões acontecem em meio a um aumento das imolações de tibetanos, que protestam contra o domínio chinês na região. Segundo o governo tibetano, 32 ativistas se imolaram no último mês, enquanto nos últimos três anos o número de pessoas que atirou fogo ao próprio corpo chegou a 94.

De acordo com a agência, os policiais investigam se Lorang Konchok teria instigado oito tibetanos ao suicídio nos últimos meses. Comandante do monastério de Kirti, Konchok disse que teria atuado seguindo instruções do líder espiritual tibetano, o dalai-lama.

O governo tibetano no exílio negou qualquer envolvimento nas imolações e reiterou a posição do líder espiritual de se opor a qualquer tipo de violência.

A prisão foi a primeira após uma medida anunciada na quarta (5), que autoriza a prisão de qualquer pessoa que tenha incitado ou ajudado alguma pessoa a se imolar. Estes serão acusados de homicídio doloso.

A investigação é mais uma das tentativas do governo chinês de responsabilizar o líder do Tibete pelos protestos e as imolações na província rebelde. No entanto, os ativistas que participam das manifestações dizem que os atos são contra a opressão exercida por Pequim.