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Economia chinesa passará americana até 2030, diz relatório
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THOM SHANKER
DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON
Uma nova avaliação de inteligência sobre as tendências mundiais projeta que a China superará os Estados Unidos como maior potência econômica antes de 2030, mas que os americanos se manterão como líderes mundiais indispensáveis, ajudados, em parte, por uma era de independência energética.
A influência da Rússia se dissipará, bem como a força econômica de outros países que dependam do petróleo para sua renda, a avaliação afirma.
Produto de quatro anos de coleta e análise de informações, o estudo conduzido pelo Conselho Nacional de Inteligência americano oferece motivos de otimismo e pessimismo em medida muito parecida. O conselho se reporta ao diretor geral da inteligência norte-americana, e é responsável por análise estratégica em longo prazo.
Um desdobramento notável que o estudo antecipa é o de que a prosperidade mundial vai crescer, criando uma classe média planetária com melhor nível educacional e mais acesso a serviços de saúde e tecnologias de comunicação como a Internet e os celulares inteligentes. O relatório avalia as tendências mundiais até 2030.
"O crescimento da classe média mundial constitui uma mudança tectônica", afirma o estudo, acrescentando que bilhões de pessoas terão mais poder individual ao deixar a pobreza para trás. "Pela primeira vez, a maioria da população mundial não será pobre, e a classe média será o setor social e econômico mais importante na vasta maioria dos países do planeta."
Ao mesmo tempo, o estudo alerta que metade da população mundial estará vivendo em áreas que provavelmente sofrerão escassez severa de água fresca, o que significa que a gestão de recursos naturais será componente crucial dos esforços de garantia de segurança nacional em todo o planeta.
Mas esses desdobramentos também acarretam riscos significativos, permitindo que grupos radicalizados entrem na política mundial em escala ainda mais violenta que a das atuais organizações terroristas, ao adotar "tecnologias letais e destrutivas" que poderão incluir armas biológicas e cibernéticas.
O estudo alerta sobre o risco de que terroristas montem ataques a redes de computadores nos quais as baixas seriam medidas não em centenas ou milhares de mortos, mas em milhões de pessoas seriamente prejudicadas por danos à infraestrutura, por exemplo a derrubada de redes elétricas. "Não haverá uma potência hegemônica", o relatório de 166 páginas afirma. "O poder se transferirá para redes e coalizões, em um mundo multipolar."
O estudo alerta que ao menos 15 países "correm grande risco de colapso nacional", até 2030, entre os quais Afeganistão e Paquistão mas também Burundi, Ruanda, Somália, Uganda e Iêmen.
A hipótese mais otimista quanto à segurança mundial até 2030, de acordo com o estudo, seria a de um avanço na parceria política entre a China e os EUA. Mas para isso pode ser necessária uma crise que alinhe Washington e Pequim --por exemplo um impasse nuclear entre a Índia e o Paquistão que só pudesse ser resolvido por meio de colaboração audaciosa entre chineses e americanos.
O cenário mais pessimista envolveria estagnação na globalização econômica que impedisse que o bem-estar financeiro se difundisse mais amplamente pelo planeta. Esse poderia ser o resultado de uma pandemia de saúde que, ainda que curta, resultasse em fechamento de fronteiras e isolacionismo econômico.
Além da China, os países em desenvolvimento que se tornarão especialmente importantes para a economia mundial" incluem África do Sul, Brasil, Colômbia, Índia, Indonésia, Nigéria e Turquia.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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