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Manifestantes sunitas atacam comboio de autoridades no Iraque
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DA REUTERS
Guarda-costas do vice-primeiro-ministro do Iraque feriram duas pessoas ao disparar tiros de advertência contra manifestantes sunitas que atiravam garrafas e pedras contra o comboio neste domingo, disseram testemunhas.
O incidente aconteceu na cidade de Ramadi, na província de Anbar, para onde o vice-primeiro-ministro, Saleh Mutlaq, viajou para falar com as pessoas em uma tentativa de aliviar as tensões sectárias.
Milhares de sunitas iraquianos foram às ruas e bloquearam uma das principais rodovias na semana passada, em protesto contra o primeiro-ministro xiita Nuri Maliki, que eles acusam de discriminação contra a sua comunidade e de estar sendo influenciado pelo vizinho não-árabe Irã.
"Saia", "Saia", gritavam os manifestantes para Mutlaq, que é sunita.
Os guardas de Mutlaq abriram fogo para dispersar a multidão, que jogava objetos contra o seu comboio. Duas pessoas foram feridas, disse a testemunha.
"Só agora Mutlaq vem participar do protesto e depois de sete dias. Ele veio para enfraquecer o protesto", disse à Reuters Saeed Lafi, porta-voz dos manifestantes.
Os manifestantes exigem o fim da marginalização da minoria sunita do Iraque, que dominou o país até a invasão dos EUA em 2003, que derrubou Saddam Hussein.
Eles querem que Maliki revogue as leis antiterrorismo que eles dizem que são usadas para perseguí-los.
Repetindo slogans usados em revoltas populares que derrubaram líderes no Egito, Iêmen, Tunísia, os manifestantes também estão pedindo a renúncia de Maliki.
"É assim que se lida com manifestantes pacíficos? Atirando neles? Isso é realmente absurdo", disse o manifestante Ghazwan al-Fahdawi, mostrando cartuchos de munição vazios, de tiros que haviam sido disparados pelos guardas de Mutlaq.
Na cidade de Mosul, no norte, o conselho da província convocou uma greve de três dias, a partir da próxima sexta-feira, para pressionar Bagdá a libertar mulheres prisioneiras e parar de se voltar contra políticos sunitas.
Os protestos foram deflagrados na semana passada na província de Anbar, depois que tropas leais a Maliki prenderam um guarda-costas do seu ministro de finanças, um sunita.
Isso aconteceu horas depois do presidente iraquiano, Jalal Talabani, um curdo visto como uma influência estabilizadora na política tumultuada do país, foi levado de avião para o exterior para tratamento médico.
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