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09/01/2013 - 10h38

Cuba permitirá viagens pessoais de médicos ao exterior, dizem agências

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo de Cuba permitirá a partir da próxima segunda-feira (14) que os médicos do país façam viagens pessoais ao exterior, dia em que também entrará em vigor a reforma migratória aprovada em outubro. A informação é das agências de notícias France Presse e Associated Press.

A nova reforma abolirá duas exigências do regime comunista para a saída do país --a aprovação do governo e a exigência de carta-convite de um estrangeiro para a concessão do visto.

Os cubanos também poderão permanecer dois anos fora da ilha sem que sejam perdidos os direitos políticos. As medidas, no entanto, não valem para militares, pessoas com processos judiciais, dissidentes políticos, esportistas e profissionais considerados vitais ao país.

Quando a reforma foi anunciada, esperava-se que os médicos entrassem na categoria de profissionais vitais. No entanto, profissionais ouvidos pelas agências de notícias na terça (8) dizem que a maioria dos cerca de 70 mil médicos do país poderão viajar sem autorização.

A decisão foi anunciada durante uma reunião com o ministro da Saúde, Roberto Morales. No entanto, ficam de fora cerca de 350 médicos de alta complexidade e funcionários de alto escalão do governo. Segundo os médicos, Morales afirmou que a liberação será anunciada por Havana na segunda.

O governo não comentou sobre o assunto nem com as agências, nem por meios oficiais, como o site Prensa Latina e o jornal Granma. O mesmo acontece no site do canal latino-americano Telesur, que tem sede em Caracas.

DESCONFIANÇA

A falta de informação vinda do regime do ditador Raúl Castro sobre o fim das exigências causou desconfiança entre médicos internacionais e dissidentes.

Em entrevista ao jornal "El Nuevo Herald", de Miami, o presidente da ONG Solidariedade sem Fronteiras, Julio Cesar Alfonso, disse que essa pode ser uma manobra para que os Estados Unidos retirem exigências dos cubanos, como o exame de ordem para os médicos da ilha comunista.

A prova foi iniciada em 2006 e é aplicada pelo Departamento de Segurança Interna a todos os cubanos que trabalham em terceiros países que pedem permissão para viajar a território americano.

"Essa lei afetou muito as missões do governo cubano em outros países. Essa poderia ser a razão teórica".

Para o dissidente Darsi Ferrer, a estratégia do governo é uma reação ao aprofundamento da crise econômica interna. "Se saem 60% dos médicos, Cuba continuará ganhando dos 40% que continuam sob seu controle e das remessas que podem enviar os que saíram do país".

Milhares de médicos cubanos estão em missões no exterior, em países como Venezuela e Bolívia. A venda dos serviços profissionais rende cerca de US$ 6 bilhões por ano, pagos por entidades e governos.

 

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