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Em referendo, Áustria mantém obrigatoriedade do serviço militar
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LUIS LIDÓN
DA EFE, EM VIENA
Em referendo, a Áustria decidiu neste domingo não acompanhar a tendência da Europa rumo à profissionalização de seus Exércitos e manter o serviço militar obrigatório.
Com todas as cédulas apuradas, 59,8% dos eleitores decidiu manter o serviço militar no referendo realizado no país, neste domingo. O resultado já foi aceito por todos os partidos políticos.
O referendo dividiu a coalizão de governo formada por social-democratas e conservadores, com os primeiros defendendo um Exército profissional e os segundos, a manutenção do serviço militar.
A Áustria, um país neutro desde 1955 e com um dos orçamentos de Defesa mais baixos do mundo, menos de 0,8% do PIB, resistiu, assim, à tendência da criação de um Exército profissional, com o qual já contam 21 dos 27 membros da União Europeia (UE).
O ex-porta-voz social-democrata da Chancelaria, Josef Kalina, declarou que "a prestação social de substituição salvou o serviço militar" de ser abolido.
Com a análise concordam todos os analistas, que já previam que as pessoas votariam pelo serviço militar pelo temor de que, sem a prestação social, faltasse pessoal para trabalhar em ambulâncias, primeiros-socorros e assistência a idosos com problemas de mobilidade.
Na Áustria, os homens devem passar seis meses de serviço militar ou nove meses de prestação social de substituição ao completar 18 anos.
Os democrata-cristãos souberam usar essa carta argumentando que não existiriam soldados suficientes para ajudar em casos de catástrofes naturais nem voluntários para serviços assistenciais.
Os defensores do serviço militar argumentaram também que uma milícia profissional seria um passo em direção à entrada na Otan e uma renúncia ao status de neutralidade, uma mensagem que também mexeu com os eleitores.
Já os social-democratas descreveram o serviço militar como "ineficaz" para fazer frente às ameaças à segurança no século 21, como o terrorismo e os ciberataques.
Apesar de ser um país neutro, a Áustria participa de missões de paz das Nações Unidas no Kosovo e na Bósnia, e também tem tropas no Líbano e nas Colinas de Golã, no Oriente Médio. Na UE, Áustria, Chipre, Estônia, Finlândia, Grécia e Dinamarca são os países que seguem mantendo o serviço militar obrigatório.
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